Pular para o conteúdo principal

Atividade XXVIII de filosofia 3º ano Vesp/Not

 Boa noite pessoal! Tudo em paz?

Fiz um apanhado de diferentes épocas, para que vocês possam relembrar

alguns assuntos estudados já algum tempo.

Espero que ajude nos estudos de vocês.

Abraço a todos!

1.       FILOSOFIA

Filósofos Pré-Socráticos

Pedro Menezes

Pedro Menezes

Professor de Filosofia

Os filósofos pré-socráticos fazem parte do primeiro período da filosofia grega. Eles desenvolveram suas teorias do século VII ao V a.C., e recebem esse nome pois são os filósofos que antecederam Sócrates.

Esses pensadores buscavam nos elementos natureza as respostas sobre a origem do ser e do mundo. Focando principalmente nos aspectos da natureza, eram chamados de “filósofos da physis” ou "filósofos da natureza".

Foram eles os responsáveis pela transição da consciência mítica para a consciência filosófica. Assim, buscaram dar uma explicação racional para a origem de todas as coisas.

A mitologia grega explicava o universo através da cosmogonia (cosmo, "universo" e gónos, "gênese", "nascimento"). A cosmogonia dá sentido a tudo o que existe através da ideia de nascimento a partir de uma relação (sexual) entre os deuses.

Os filósofos pré-socráticos abandonaram essa ideia e construíram a cosmologia, explicação do universo baseado no lógos ("argumentação", "lógica", "razão"). Os deuses deram lugar à natureza na compreensão sobre a origem das coisas.

A filosofia nascida com esses primeiros filósofos deu origem a toda uma produção de conhecimento e de representação da realidade. Toda essa construção serviu como base para o desenvolvimento da cultura ocidental.

Confira abaixo uma lista dos principais filósofos do período pré-socrático.

1. Tales de Mileto

Tales de MIleto

Nascido na cidade de Mileto, região da Jônia, Tales de Mileto (624 a.C. - 548 a.C.) acreditava que a água era o principal elemento, ou seja, era a essência de todas as coisas.

Tudo é água.

Veja também: A Origem da Filosofia

2. Anaximandro de Mileto

mapa mundo anaximandroPossível mapa do mundo proposto por Anaximandro

Discípulo de Tales nascido em Mileto, para Anaximandro (610 a.C. - 547 a.C.), o princípio de tudo estava no elemento denominado “ápeiron”, uma espécie de matéria infinita.

De onde as coisas têm seu nascimento, ali também devem ir ao fundo, segundo a necessidade; pois têm de pagar penitência e de ser julgadas por suas injustiças, conforme a ordem do tempo.

3. Anaxímenes de Mileto

Anaxímenes de Mileto

Discípulo de Anaximandro nascido em Mileto, para Anaxímenes (588 a.C. - 524 a.C.), o princípio de todas as coisas estava no elemento ar.

Como nossa alma, que é ar, nos mantém unidos, assim um espírito e o ar mantêm unido também o mundo inteiro; espírito e ar significam a mesma coisa.

4. Heráclito de Éfeso

rio"Não poderias entrar duas vezes no mesmo rio." (Heráclito de Éfeso)

Considerado o “Pai da Dialética”, Heráclito (540 a.C. - 476 a.C.) nasceu em Éfeso e explorou a ideia do devir (fluidez das coisas). Para ele, o princípio de todas as coisas estava contido no elemento fogo.

Nada é permanente, exceto a mudança.

5. Pitágoras de Samos

Pitágoras

Filósofo e matemático nascido na cidade de Samos. Pitágoras (570 a.C. - 497 a.C.) afirma que os números foram seus principais elementos de estudo e reflexão, do qual se destaca o “Teorema de Pitágoras”.

Ele também foi responsável por chamar de "amantes do conhecimento" aqueles que buscavam explicações racionais para a realidade, dando origem ao termo filosofia ("amor ao conhecimento").

O universo é uma harmonia de contrários.

Veja também: Teorema de Pitágoras

6. Xenófanes de Cólofon

Xenófanes

Nascido em Cólofon, Xenófanes (570 a.C. - 475 a.C.) foi um dos fundadores da Escola Eleática, se opondo contra o misticismo na filosofia e o antropomorfismo.

Enquanto eterno, o ente também é ilimitado, pois não possui começo a partir do qual pudesse ser, nem fim, onde desapareça.

Veja também: O que é Antropomorfismo

7. Parmênides de Eléia

Parmênides de Eleia

Discípulo de Xenófanes, Parmênides (530 a.C. - 460 a.C.) nasceu em Eléia. Focou nos conceitos de “aletheia” e “doxa”, onde o primeiro significa a luz da verdade, e o segundo, é relativo à opinião.

O ser é e o não ser não é.

8. Zenão de Eléia

Aquiles vs. Tartaruga - Paradoxo de ZenãoParadoxo de Zenão - Aquiles jamais alcançaria a tartaruga se sempre tivesse que percorrer metade do caminho restante.

Discípulo de Parmênides, Zenão (490 a.C. - 430 a.C.) nasceu em Eléia. Foi grande defensor das ideias de seu mestre filosofando, sobretudo, acerca dos conceitos de “Dialética” e “Paradoxo”.

O que se move sempre está no mesmo lugar agora.

9. Demócrito de Abdera

DemócritoO átomo, durante séculos, foi uma abstração da filosofia. Apenas em 1661, o cientista Robert Boyle desenvolveu a teoria de que a matéria fosse composta de átomos

Nascido na cidade de Abdera, Demócrito (460 a.C. - 370 a.C.) foi discípulo de Leucipo. Para ele, o átomo (o indivisível) era o princípio de todas as coisas, desenvolvendo assim, a “Teoria Atômica”.

Nada existe além de átomos e do vazio.

Veja também: Filosofia Antiga

Correntes ou Escolas Pré-Socráticas

Segundo o foco e o local de desenvolvimento da filosofia, o período pré-socrático está dividido em Escolas ou Correntes de pensamento, a saber:

·         Escola Jônica: desenvolvida na colônia grega Jônia, na Ásia Menor (atual Turquia), seus principais representantes são: Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Anaximandro de Mileto e Heráclito de Éfeso.

·         Escola Pitagórica: também chamada de "Escola Itálica", foi desenvolvida no sul da Itália, e recebe esse nome visto que seu principal representante foi Pitágoras de Samos.

·         Escola Eleática: desenvolvida no sul da Itália, sendo seus principais representantes: Xenófanes de Colofão, Parmênides de Eléia e Zenão de Eléia.

·         Escola Atomista: também chamada de “Atomismo”, foi desenvolvida na região da Trácia, sendo seus principais representantes: Demócrito de Abdera e Leucipo de Abdera.

Veja também: O que é Atitude Filosófica?

Fim da Filosofia Pré-Socrática

A filosofia pré-socrática tem seu fim com a mudança do pensamento que tinha como foco a natureza. Com a intensificação da vida pública, as atenções dos filósofos passaram a se relacionar com a vida pública e a atividade humana.

Esse novo período tem o filósofo Sócrates como marco da mudança e é chamado também de período antropológico da filosofia.

a morte de sócratesA Morte de Sócrates - pintura retrata momentos finais da vida do filósofo grego condenado à morte (cálice com cicuta) por expor suas ideias.

Sócrates (470 a.C-399 a.C.) foi um importante filósofo grego que inaugurou o segundo período da filosofia grega, o período antropológico. Nasceu em Atenas e é considerado um dos fundadores da filosofia ocidental.

A filosofia de Sócrates, baseada no diálogo, era chamada de filosofia socrática. Era marcada pela expressão “conhece-te a ti mesmo”, em virtude da busca da verdade através do autoconhecimento.

Ademais, da filosofia do “diálogo” de Sócrates, destaca-se a “maiêutica”, que significa literalmente “trazer a luz”. Esta faz relação com a iluminação da verdade que, para ele, está contida no próprio ser.

Veja também: Epistemologia

Períodos da Filosofia Grega

mapa grécia antiga filosofiaPrincipais filósofos e sua localização na Grécia antiga

Para melhor entender a filosofia grega, vale lembrar como ela está dividida:

·         Período Pré-Socrático: fase naturalista.

·         Período Clássico ou Socrático: fase antropológica-metafísica.

·         Período Helenístico: fase ética e cética.

 

 

 

1.       POLÍTICA

Contrato Social

Juliana Bezerra

Juliana Bezerra

Professora de História

contrato social é uma metáfora usada pelos filósofos contratualistas para explicar a relação entre os seres humanos e o Estado.

Esta figura de linguagem foi utilizada especialmente por Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau.

Contratualistas

Os chamados "contratualistas" são os filósofos que defendiam que o homem e o Estado fizeram uma espécie de acordo - um contrato - a fim de garantir a sobrevivência.

O ser humano, segundo os contratualistas, vivia no chamado Estado Natural (ou estado de natureza), onde não conhecia nenhuma organização política.

A partir do momento em que o ser humano se sente ameaçado, passa a ter necessidade de se proteger. Para isso, vai precisar de alguém maior e imparcial, que possa garantir seus direitos naturais.

Assim, o ser humano aceita abdicar sua liberdade para se submeter às leis da sociedade e do Estado. Por sua parte, o Estado se compromete em defender o homem, o bem comum e dar condições para que ele se desenvolva. Esta relação entre o indivíduo e o Estado é chamado de contrato social.

Vamos ver agora como os principais autores contratualistas pensavam esta questão.

Contrato Social segundo Thomas Hobbes

LeviatãIlustração feita por Thomas Hobbes para a obra "Leviatã", personificando o Estado como a união de indivíduos que formam o corpo do rei

Thomas Hobbes nasceu em 1588 e faleceu em 1679, na Inglaterra. Assim pôde testemunhar as mudanças políticas inglesa durante as revoluções burguesas.

Para Hobbes, os homens precisavam de um Estado forte, pois a ausência de um poder superior resultava na guerra. O ser humano, que é egoísta, se submetia a um poder maior, somente para que pudesse viver em paz e também ter condição de prosperar.

Não por acaso, Hobbes chama o "Estado" de Leviatã, um dos nomes que o diabo recebe na Bíblia, com o propósito de reforçar que é a natureza perversa do homem que o faz buscar a união com outros homens.

O Estado, por sua parte, terá o dever de evitar conflitos entre os seres humanos, velar pela segurança e preservar a propriedade privada.

Desta maneira, somente o rei, que concentra o poder das armas e da religião, poderia garantir que os homens vivessem em harmonia.

Veja também: Thomas Hobbes

Contrato Social segundo John Locke

Tratado dos Dois GovernosJohn Locke desenvolveu sua teoria política na obra "Dois Tratados sobre o Governo", em 1689

John Locke nasceu em 1632 e faleceu em 1702, na Inglaterra. Sua vida discorreu no mesmo período da Revolução Inglesa que redefiniu o poder monárquico britânico.

Segundo Locke, o homem vivia num estado natural onde não havia organização política, nem social. Isso restringia sua liberdade e impossibilitava o desenvolvimento de nenhuma ciência ou arte.

O problema é que não existia um juiz, um poder acima dos demais que pudesse fiscalizar se todos estão gozando dos direitos naturais.

Então, para solucionar este vazio de poder, os homens vão concordar, livremente, em se constituir numa sociedade política organizada.

O homem poderá influir diretamente nas decisões políticas da sociedade civil seja através do exercício da democracia direta ou delegando a outra pessoa seu poder de decisão. Este é o caso da democracia representativa, na qual os cidadãos elegem seus representantes.

Por sua parte, o Estado tem como fim zelar pelos direitos dos homens tais quais a vida, a liberdade e a propriedade privada.

Veja também: John Locke

Contrato Social segundo J.J. Rousseau

Jean-Jacques RousseauJean-Jacques Rousseau, autor de "Do Contrato Social ou Princípios do Direito Político", escrito em 1762

Jean-Jacques Rousseau nasceu na Suíça, em 1712 e faleceu na França, em 1778, onde passou a maior parte de sua vida.

Ao contrário de Hobbes e Locke, Rousseau vai defender que o homem, no seu estado natural, vivia em harmonia e se interessava pelos demais. Para Rousseau, a vida numa sociedade em vias de industrialização não favoreceu os homens no seu aspecto moral.

À medida que o desenvolvimento técnico foi ganhando espaço, o ser humano se tornou egoísta e mesquinho, sem compaixão pelo seu semelhante.

Por sua vez, a sociedade tornou-se corrupta e corrompia o ser humano com suas exigências para suprir a vaidade e o aparentar daquela sociedade.

Desta maneira, Rousseau relaciona o aparecimento da propriedade privada com o surgimento das desigualdades sociais.

Assim era preciso que surgisse o Estado a fim de garantir as liberdades civis e evitar o caos trazido pela propriedade privada.

As ideias de Rousseau serão aproveitadas por vários participantes da Revolução Francesa e também, posteriormente, ao longo de todo século XIX pelos teóricos do socialismo.

Veja também: Jean-Jacques Rousseau

Resumo

Abaixo um pequeno quadro resumindo os principais tópicos que vimos neste texto:

Filósofo

Thomas Hobbes

John Locke

J.J. Rousseau

Natureza Humana

O homem é egoísta.

O homem é bom, mas faz a guerra para se defender.

O homem é bom, porém a propriedade o corrompeu.

Criação do Estado

Evitar a destruição mútua.

Proteger a propriedade e assim fazer o homem progredir.

Preservar a liberdade civil e os direitos dos homens.

Tipo de Governo

Monarquia absoluta, mas sem a justificativa do Direito Divino.

Monarquia parlamentarista, sem a justificativa do Direito Divino.

Democracia direta.

Influência

Teria do Direito Moderno

Revolução Inglesa e Constituição Americana

Revolução Francesa

Comunismo

Citação

"O Homem é o lobo do Homem."

"Onde não há lei, não há liberdade."

"A natureza fez o homem feliz e bom, mas a sociedade deprava-o e torna-o miserável."

Leia mais:

 

Exercícios de Filosofia

Pedro Menezes

Pedro Menezes

Professor de Filosofia

Para treinar seu conhecimento, nossos professores especialistas elaboraram e comentaram questões com conceitos centrais da filosofia que englobam diversas áreas (teoria do conhecimento, ética, política, metafísica, etc).

Questão 1

A palavra filosofia é grega. É composta por duas outras: philo e sophiaPhilo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela vem a palavra sophos, sábio.
Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber.

Filósofo: o que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber. Assim, filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa que ama, isto é, deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita.
Chaui, Marilena. Convite à Filosofia. Ática, 1995.

No texto, a filósofa Marilena Chauí define o sentido da palavra filosofia, criada por Pitágoras. A filosofia nasce com o objetivo de:

a) concordar com as explicações dadas pela mitologia.
b) questionar o conhecimento mítico e buscar explicações lógicas e racionais para o universo.
c) demonstrar a impossibilidade de construção de um conhecimento verdadeiro.
d) atentar contra os deuses e desenvolver uma sociedade sem crenças.

Ver Resposta

Alternativa correta: b) questionar o conhecimento mítico e buscar explicações lógicas e racionais para o universo.

A filosofia nasce a partir da curiosidade e do "amor ao conhecimento". Assim, os primeiros filósofos questionaram as explicações dadas pela mitologia e buscaram construir um conhecimento baseado no lógos, na razão, com o objetivo de descobrir a verdade sobre o universo.

Saiba mais sobreO que é filosofia?

Questão 2

"O ser é e o não ser não é; este é o caminho da convicção, pois conduz à verdade. (...) Pois pensar e ser é o mesmo."
Parmênides, Poema

O trecho do Poema de Parmênides revela um princípio fundamental de sua filosofia. Qual é esse princípio?

a) Centralidade em questões políticas.
b) Mobilidade.
c) Desprezo da fé.
d) Imutabilidade e permanência.

Ver Resposta

Alternativa correta: d) Imutabilidade e permanência.

Parmênides afirma que a possibilidade de pensar em alguma coisa atribui uma existência (o ser). Por oposição, não é possível pensar em algo que não existe (o não ser). Com isso, o filósofo afirma que a verdade a ser alcançada pelo conhecimento não pode mudar, deve simplesmente ser, uma constante.

Para Parmênides, o conhecimento só é possível porque nada muda, tudo é imutável, permanente e o movimento é uma ilusão.

Veja tambémParmênides.

Questão 3

"Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio. Para os que entram nos mesmos rios, correm outras e novas águas."
Heráclito, Fragmentos

Heráclito propõe um caminho para o conhecimento oposto à concepção de Parmênides. Na metáfora citada, o filósofo aponta para uma realidade em constante transformação.

O pensamento de Heráclito pode ser caracterizado como:

a) dedicado à compreensão de uma realidade imutável e permanente.
b) definido pela impossibilidade de um conhecimento verdadeiro.
c) mobilista, definido pela eterna mudança e o constante devir.
d) idêntico ao pensamento de Tales de Mileto, que afirma que "tudo é água".

Ver Resposta

Alternativa correta: c) mobilista, definido pela eterna mudança e o constante devir.

A filosofia de Heráclito de Éfeso é caracterizada pelo mobilismo.

Assim como chamamos de rio, algo que nunca é o mesmo, porque nunca estarão presentes as mesmas águas, o conhecimento deve conter a ideia de que tudo está em constante movimento de transformação: o quente esfria, o úmido seca.

Todas as coisas estão submetidas à ação do tempo, ao devir. Contrariando o pensamento de Parmênides, o ser e o não ser coexistem no tempo.

Leia tambémHeráclito.

Questão 4

A Alegoria da Caverna (ou Mito da Caverna) é uma metáfora escrita por Platão em seu livro A República. Nele, o filósofo utiliza seu mestre, Sócrates, como personagem responsável por narrar a vida de um prisioneiro criado no fundo de uma caverna.

Um dia, esse prisioneiro liberta-se das correntes que o aprisiona e percorre o caminho da saída da caverna. Ele contempla o mundo real fora da caverna e descobre que tudo o que vivera era falso, o que acreditava ser verdade, não passavam se sombras projetadas no fundo da caverna.

A metáfora escrita por Platão cumpre um sentido didático para ensinar que:

a) As sociedades antigas eram hostis e aprisionavam os cidadãos em cavernas.
b) A filosofia é responsável pelo aprisionamento da mente.
c) O verdadeiro conhecimento surge da libertação das correntes dos preconceitos e das opiniões.
d) O verdadeiro conhecimento se dá pela autoridade, aquilo que os filósofos dizem é a representação da verdade.

Ver Resposta

Alternativa correta: c) O verdadeiro conhecimento surge da libertação das correntes dos preconceitos e das opiniões.

Platão cria um modelo filosófico baseado na divisão da realidade em dois mundos:

·         Mundo inteligível (mundo das ideias), onde as ideias residem imutáveis e eternas. Lugar do conhecimento verdadeiro.

·         Mundo sensível (mundo dos sentidos), uma imitação falha do mundo das ideias, onde tudo sofre a ação do tempo, se modifica. Lugar do erro, dos preconceitos e das opiniões.

A metáfora presente na Alegoria da Caverna cumpre a função de ensinar a importância de abandonarmos o conhecimento sensível, opinião e preconceitos, para a busca do verdadeiro conhecimento, o conhecimento racional.

Entenda mais sobre o Mito da Caverna.

Questão 5

"É evidente que a cidade faz parte das coisas naturais, e que o homem é por natureza um animal político. (...) Como dizemos frequentemente, a natureza não faz nada em vão; ora, o homem é o único entre os animais a ter linguagem [logos]. (...) Trata-se de uma característica do homem ser ele o único que tem o senso do bom e do mau, do justo e do injusto, bem como de outras noções deste tipo. É a associação dos que têm em comum essas noções que constitui a família e o Estado."
Aristóteles, Política

Aristóteles afirma que o homem é um animal político dotado de logos. Assim, é incorreto dizer que:

a) Os seres humanos podem viver facilmente afastados da vida social.
b) Os seres humanos são capazes de julgar o que é bom e o que é mau.
c) Os seres humanos são naturalmente destinados à vida em sociedade.
d) Os seres humanos são capazes de deliberar sobre o governo da cidade.

Ver Resposta

Alternativa correta: a) Os seres humanos podem viver facilmente afastados da vida social.

Aristóteles afirma que a cidade (pólis) é anterior aos seres humanos e os define como animais políticos (zoon politikón), animais da pólis. Assim, são destinados pela natureza para uma vida em sociedade, podendo deliberar os melhores caminhos para governar a cidade, para definir o que é o bem e o justo.

Ele afirma também que aqueles que não vivem em sociedade são degradados ou sobre humanos (deuses), por não cumprirem com a natureza humana.

Veja tambémAristóteles.

Questão 6

"Se alguma coisa é verdadeira, então a verdade existe. Ora, Deus é a própria verdade, segundo São João, 14, 6: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” Por conseguinte, a existência de Deus é evidente."
São Tomás de Aquino, As cinco vias da prova da existência de Deus

O trecho de São Tomás de Aquino é um exemplo claro da união da razão e da lógica com a fé. Essa característica marca qual período da Filosofia?

a) Filosofia Pré-Socrática
b) Filosofia Medieval
c) Filosofia Moderna
d) Filosofia Contemporânea

Ver Resposta

Alternativa correta: b) Filosofia Medieval

A filosofia medieval é marcada por uma conciliação entre a tradição filosófica e as sagradas escrituras (Bíblia Sagrada). Durante esse período, a razão, fundamental para o desenvolvimento da filosofia, estava subordinada à fé e operava para a sua confirmação.

São Tomas de Aquino é um representante da fase escolástica da filosofia medieval. Nela buscava-se avançar com a razão até seus limites, para além desses limites era considerado o campo da fé, da superioridade da crença e dos mistérios da criação divina. Por outro lado, a fé era justificada racionalmente como na passagem acima.

Nas palavras de Santo Agostinho, filósofo do período patrístico da filosofia medieval: "compreendo para crer, creio para compreender". A ligação entre razão e fé; filosofia e religião (cristianismo) são marcas do período.

Leia mais sobre a Filosofia Medieval.

Questão 7

René Descartes desenvolveu um método filosófico baseado na dúvida para encontrar uma certeza na qual possa fundamentar o conhecimento seguro. Essa certeza fundamental de Descartes é chamada de cogito e sua formulação principal diz:

a) "Penso, logo existo"
b) "Deus sive natura"
c) "Conhece-te a ti mesmo"
d) "Só sei que nada sei"

Ver Resposta

Alternativa correta: a) "Penso, logo existo".

René Descartes desenvolveu o que se chamou de "dúvida metódica" ou "método da dúvida". Esse método consiste na refutação, ou negação, de tudo aquilo que possa ser posto em dúvida. Para o filósofo, a base do conhecimento verdadeiro deveria ser indubitável (inquestionável).

Assim, Descartes realiza um percurso discursivo em que vai derrubando com a dúvida todas as possíveis certezas acerca dos sentidos, da existência do mundo, da matemática e, por fim, da própria existência.

O filósofo percebeu que para realizar o "método da dúvida" é necessário duvidar e duvidar é pensar. Esse ser pensante que duvida de tudo, precisa existir. Assim, a primeira certeza é em relação à própria existência.

Descartes formula a frase "Cogito ergo sum" ("Penso, logo existo"), chamada de cogito cartesiano como a certeza fundamental de todas as outras.

Entenda mais sobre René Descartes.

Questão 8

"Excomunhamos, apartamos, amaldiçoamos e praguejamos a Baruch de Spinoza, como o herém que excomunhou Josué a Jericó, com a maldição que maldisse Elias aos moços, e com todas as maldições que estão escritas na Lei. Maldito seja de dia e maldito seja de noite, maldito seja em seu deitar e maldito seja em seu levantar, maldito ele em seu sair e maldito ele em seu entrar(...) Advertindo que ninguém lhe pode falar pela boca nem por escrito nem conceder-lhe nenhum favor, nem debaixo do mesmo teto estar com ele, nem a uma distância de menos de quatro côvados, nem ler Papel algum feito ou escrito por ele."
Trechos da carta de excomunhão (cherém) de Baruch de Spinoza, aos 23 anos, remetido pela Sinagoga de Amsterdã em 1656

Qual a formulação proposta por Spinoza que levou a sua excomunhão?

a) "Deus está morto". Com o avanço da ciência, a figura divina passaria a ser irrelevante para a vida humana, descontentando o poder religioso.
b) "Deus sive natura" ("Deus ou a natureza"). A construção da ideia de um Deus impessoal, identificado com a natureza. Contrariando a tradição de um Deus persona com os seres humanos criados à Sua semelhança.
c) "Se Deus não existisse, tudo seria permitido". Associação entre a figura divina e o desenvolvimento moral que retira dos seres humanos a responsabilidade por seus atos.
d) "Se Deus não existisse, seria preciso inventá-lo". Fundamentação de princípios orientadores na figura de Deus.

Ver Resposta

Alternativa correta: b) "Deus sive natura" ("Deus ou a natureza"). A construção da ideia de um Deus impessoal, identificado com a natureza. Contrariando a tradição de um Deus persona com os seres humanos criados à Sua semelhança.

Para Spinoza, a concepção de Deus presente na tradição feriria a ideia de perfeição divina. Um Deus persona (como uma pessoa) limitaria a forma pela qual Deus existe e o obrigaria a criar seres externos a Ele, ferindo Sua onipotência.

Assim, para o filósofo, Deus só seria perfeito se suas criações fizessem parte de sua própria essência, como a natureza, que ao produzir árvores, flores e animais está produzindo mais natureza.

A frase "Deus sive natura", que significa "Deus ou a natureza" ou "Deus enquanto natureza", desagradou às autoridades religiosas da época, que o classificaram como herege, uma ameaça para a fé.

Leia mais sobreBaruch de Spinoza.

Questão 9

"O primeiro que, tendo cercado um terreno, ousou dizer Isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simplórias para lhe dar crédito foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Quantos crimes, guerras, assassinatos, quantas misérias e horrores não teria poupado ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou tampando o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: “Evitai escutar esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não é de ninguém!”"
Jean-Jacques Rousseau, Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens

Para Rousseau, as desigualdades sociais surgem a partir do contrato social e do surgimento da sociedade civil. A concepção do filósofo sobre os seres humanos em estado de natureza, anterior ao contrato social era:

a) Os seres humanos em estado de natureza estariam em uma guerra de todos contra todos pela ausência de leis que regulem o convívio em sociedade.
b) Os seres humanos são individualistas e os conflitos são inevitáveis. Para salvaguardar o direito natural à propriedade surge o contrato social.
c) A cidade faz parte da natureza humana. Assim, não há nada anterior a vida em sociedade.
d) O ser humano em estado de natureza é o ser humano em estado de felicidade. A liberdade natural, faria dos seres humanos "bons selvagens", vivendo em harmonia com a natureza como os outros animais.

Ver Resposta

Alternativa correta: d) O ser humano em estado de natureza é o ser humano em estado de felicidade. A liberdade natural, faria dos seres humanos "bons selvagens", vivendo em harmonia com a natureza como os outros animais.

A concepção do "bom selvagem", desenvolvida por Rousseau para explicar o ser humano em estado de natureza, demonstra que a sociedade e a forma como ela se desenvolve é responsável pela corrupção dos seres humanos e pela perda sua liberdade.

Entenda tudo sobre o Estado de Natureza em Hobbes, Locke e Rousseau.

Questão 10

"Age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se mediante tua vontade a lei universal da natureza."
Immanuel Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes

Nesse trecho da Fundamentação da Metafísica dos Costumes, o filósofo Immanuel Kant formula o seu famoso imperativo categórico.

Com isso, ele julgou ter respondido à questão moral de um modo distinto da tradição filosófica. Qual a principal diferença entre a moral kantiana e a moral tradicional?

a) A moral kantiana remete às escrituras sagradas para fundamentar as ações individuais.
b) Kant afirma a impossibilidade do ser humano agir de forma correta por ser naturalmente egoísta.
c) A moral kantiana rejeita regras externas ao indivíduo (heteronomias), está fundamentada apenas na razão humana.
d) Kant rejeita a moral cristã e afirma que o indivíduo deve viver a vida como uma obra de arte.

Ver Resposta

Alternativa correta: c) A moral kantiana rejeita regras externas ao indivíduo (heteronomias), está fundamentada apenas na razão humana.

Kant propõe uma Ética que se opõe à tradição filosófica. Para ele, os seres humanos são capazes de julgar o valor de uma ação e agir movidos pelo dever.

Desse modo, o imperativo categórico atua como uma fórmula racional para avaliar as ações. Se o indivíduo julgar que a ação a ser praticada poderia se transformar em uma regra para ações semelhantes, ela está em conformidade com o dever e pode ser praticada. Se o julgamento for negativo, essa ação não é uma ação moral.

Assim, Kant afirma a autonomia dos indivíduos em relação à moral, distinguindo de concepções que relacionam a moral à figura divina ou à religião, por exemplo.

Entenda a Ética de Kant e o Imperativo Categórico.

Questão 11

“Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós! Como haveremos de nos consolar, nós os algozes dos algozes? O que o mundo possuiu, até agora, de mais sagrado e mais poderoso sucumbiu exangue aos golpes das nossas lâminas. Quem nos limpará desse sangue? Qual a água que nos lavará?”
Friedrich Nietzche, Gaia Ciência

Para lidar com o transvaloração dos valores no pensamento de Nietzsche, a anunciação da "morte de Deus" é essencial. Qual alternativa que reflete esse conceito?

a) A morte de Deus desvaloriza o mundo.
b) A morte de Deus gera necessariamente um ambiente de caos e anarquia.
c) A morte de Deus implica a perda das sanções sobrenaturais sobre os valores.
d) A morte de Deus impossibilita a superação dos valores hoje aceitos.

Ver Resposta

Alternativa correta: c) A morte de Deus implica a perda das sanções sobrenaturais sobre os valores.

Para Nietzsche, a morte de Deus já era um fato em sua época. A forma como os seres humanos desenvolveram a ciência tornou a existência de Deus irrelevante.

Entretanto, faltaria assumir essa morte para abandonar as sanções sobrenaturais e os valores morais da cultura judaico-cristã e construir o super-homem.

Vale lembrar que o super-homem, ou além do homem, é a meta nietzscheana a ser alcançada através do abandono e superação (transvaloração) dos valores morais judaico-cristãos e o desenvolvimento de uma vida plena, em sua máxima potência. Nas palavras de Nietzsche, "a vida como obra de arte", sem amarras ou juízos que diminuam.

Leia mais sobreNietzsche.

Questão 12

"Os líderes totalitários basearam a sua propaganda no pressuposto psicológico correto de que, em tais condições, era possível fazer com que as pessoas acreditassem nas mais fantásticas afirmações em determinado dia, na certeza de que, se recebessem no dia seguinte a prova irrefutável da sua inverdade, apelariam para o cinismo; em lugar de abandonarem os líderes que lhes haviam mentido, diriam que sempre souberam que a afirmação era falsa, e admirariam os líderes pela grande esperteza tática."
Hannah Arendt, As origens do totalitarismo

Após a Segunda Guerra, Hannah Arendt se dedicou a compreender os fatores que levaram aos horrores praticados pelos nazistas. Ela criou um conceito que fundamenta a ideia de que a violência se desenvolve em conformidade com o poder instituído. Qual o conceito criado pela filósofa?

a) Banalidade do mal
b) Habitus
c) Náusea
d) Véu da ignorância

Ver Resposta

Alternativa correta: a) Banalização do mal

Em seu livro Eichmann em Jerusalém, Arendt acompanhou o julgamento de Adolf Eichmann, funcionário do nazismo, responsável por enviar prisioneiros para os campos de concentração, o nazista era um cumpridor de ordens irrefletidas. Ele, em si, não se assemelhava a um monstro genocida, na verdade, chamava a atenção por ser uma pessoa comum.

A filósofa desenvolve a ideia de que o mal, então, não possui uma natureza própria, ele é banal, fruto do desenvolvimento de um ambiente que coloca em suspensão o julgamento.

Assim, os governos totalitários aproveitam-se dessa possibilidade de falha no julgamento e da banalidade do mal para conseguir adeptos que os seguem de forma irrefletida.

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atividade XX 3° ano VESP/NOT cad. filosofia e sociologia

Olá meus queridos! E aí tudo na paz? Que tal continuarmos com mais uma bateria de exercícios  para o ENEM? Como já avisei na atividade passada, filosofia e sociologia vem  no mesmo caderno logo teremos questões envolvendo as duas disciplinas. Algumas questões estão um pouco desarrumada, mas prometo vou arrumando. Qualquer dúvida é só postar nos comentários. o gabarito estará no final. Abraços!!  OK????  23 PROVAS DO ENEM ORGANIZADAS POR DISCIPLINA PROVAS 2009 a 2018 327 QUESTÕES COM GABARITO CADERNO ENEM ENEM 2009 a 2018 Sobre o Caderno Enem Desde a mudança no formato da prova, em 2009, já ocorrerão 23 edições do ENEM, considerando provas oficiais, anuladas e aplicadas em Unidades Prisionais. Este material reúne todas estas provas, organizando suas questões segundo a respecti-va disciplina abordada. No total, temos 12 cadernos: Matemática, Biologia, Física, Quí-mica, História, Geografia, Filosofia/Sociologia, Inglês, Espanhol, Português, Redação e Literatura. Na sequ...

ATIVIDADE XX DE FILOSOFIA 2° ANO VESP/NOT

 Olá galera! que tal mais uma atividade? Trata -se de um simulado de filosofia, com o gabarito no final  da atividade. Um abraço a todos. Bons estudos! SIMULADO DE FILOSOFIA 1) A Filosofia é uma disciplina, ou uma área de estudo que envolve: a) (   ) investigação, análise, discussão, formação e reflexão de idéias em uma situação geral, abstrata ou fundamental. b) (   ) objeto e investigação de uma maneira restrita. c) (   ) é uma disciplina que não está preocupada com: análise, discussão e reflexação de idéias. d) (   ) NRA 2)  A Filosofia originou-se de:                        a) (   ) inquietação gerada pela  falta de curiosidade humana em compreender e questionar os valores e as interpretações comumente aceitas sobre a sua própria realidade. b) (   ) falta de cultura dos...

Atividade XXIII filosofia 3°ano Vesp/Not

 Bom dia meus queridos! Espero que tudo esteja em paz com vocês. vamos a mais uma atividade sobre Michael Focault.  Leitura do texto e responder o que se pede. Gabarito no final. Um abraço a cada um de vocês, bons estudos!! Data: 08/07/2020   11h às 12h                                                                                        Filosofia   Tema: O Panoptismo de Foucault: estamos todos vigiados?   I. Leitura filosófica do texto a seguir:   TEXTO O Panoptismo em Vigiar e Punir de Michel Foucault   ...