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Atividade II filosofia 3°ano Vespertino/noturno.

Olá! Galera do terceiro ano, tudo em paz?
Espero que sim. Bem pessoal, vocês vão ler o texto e no final responder o que se pede.
Um abraço a todos,
e bons estudos.
OK?

Qualquer dúvida, estamos aqui!!!

11h às 12h Filosofia
Tema: A economia como motor da história em tempo de pandemia do Covid 19
Atividade
Leia atentamente o texto a seguir fazendo uma análise filosófica do conteúdo abordado. Caso você tenha acesso à Internet, assista a vídeoaula do EMITEC intitulada, A economia como motor da história, acessando o link disponibilizado no espaço “Onde encontro o Conteúdo” desta atividade.
TEXTO
A política anticapitalista na época da COVID-19
Artigo de David Harvey[1]
Quando busco interpretar, entender e analisar o fluxo diário de notícias, tendo a localizar o que está acontecendo no contexto de duas maneiras um tanto diferentes (e cruzadas) que almejam explicar como o capitalismo funciona. [...] Quando em 26 de janeiro de 2020 li pela primeira vez sobre um coronavírus – que estava ganhando terreno na China -, pensei imediatamente nas repercussões para a dinâmica mundial da acumulação de capital. Sabia por meus estudos do modelo econômico que os bloqueios (fechamentos) e interrupções na continuidade do fluxo de capital provocariam desvalorizações e que, se as desvalorizações fossem generalizadas e profundas, isso indicaria o início de uma crise. Também sabia muito bem que a China é a segunda economia maior do mundo e que foi a potência que resgatou o capitalismo mundial, após o período 2007-2008. Portanto, qualquer golpe na economia chinesa estava destinado a ter graves consequências para uma economia global que, de qualquer forma, já estava em uma situação lamentável. [...].
Este modelo neoliberal se baseia cada vez mais em capital fictício e em uma grande expansão da oferta monetária e na criação massiva de dívida. Esse modelo já estava enfrentando uma insuficiente “demanda efetiva” para “realizar” os valores que o capital é capaz de produzir. Então, como poderia o sistema econômico dominante, com sua legitimidade decadente e sua delicada saúde, absorver e sobreviver ao inevitável impacto de uma pandemia da magnitude que enfrentamos? A resposta depende em grande parte do tempo que dura a perturbação, pois, como apontou Marx, a desvalorização não se produz porque os produtos básicos não podem ser vendidos, mas porque não podem ser vendidos a tempo.
Durante muito tempo, havia rejeitado a ideia de que a “natureza” estava fora e separada da cultura, da economia e da vida cotidiana. Adotei um ponto de vista mais dialético da relação metabólica com a natureza. O capital modifica as condições ambientais de sua própria reprodução, mas o faz em um contexto de consequências não intencionais (como a mudança climática) e no contexto de forças evolutivas autônomas e independentes que estão reconfigurando constantemente as condições ambientais. [...].
A grande questão é como ocorre o contágio e sua difusão, e quanto tempo durará (até que possa ser encontrada uma vacina). A experiência anterior demonstrou que um dos inconvenientes da crescente globalização é a impossibilidade de impedir uma rápida difusão internacional de novas doenças. Vivemos em um mundo altamente conectado, onde quase todo mundo viaja. As redes humanas de difusão potencial são vastas e abertas. O perigo (econômico e demográfico) é que a interrupção dure um ano ou mais. [...].
O fato de a epidemia ter causado estragos na China com rapidez e crueldade moveu o resto do mundo a tratar erroneamente o problema como algo que ocorria “lá” e, portanto, fora da vista e da mente nossa, ocidentais (acompanhados de sinais de xenofobia contra os chineses). [...] O fato de o ‘Federal Reserve’ ter baixado as taxas de juros diante de um vírus parecia insólito, mesmo quando se reconhecia que a medida tinha por objetivo aliviar o impacto nos mercados, em vez de retardar o progresso do vírus.
As autoridades públicas e os sistemas de saúde foram surpreendidos em quase todos os lugares pela escassez de mão de obra. Quarenta anos de neoliberalismo em toda Américas do Norte e do Sul e na Europa deixaram a população totalmente exposta e mal preparada para enfrentar uma crise de saúde pública, apesar das epidemias anteriores – causadas pela SARS e o ebola – terem proporcionado abundantes advertências e lições sobre o que deveríamos fazer.
As grandes empresas farmacêuticas têm pouco ou nenhum interesse em pesquisas não remuneradas sobre doenças infecciosas (como o coronavírus, conhecidas desde os anos 1960). A “Grande Indústria Farmacêutica” raramente investe em prevenção. Tem pouco interesse em investir diante de uma crise de saúde pública. Dedica-se apenas a projetar curas. Quanto mais doentes estamos, mais ganham. A prevenção não é uma fonte de renda para seus acionistas. O modelo de negócios aplicado à saúde pública eliminou a capacidade necessária para enfrentar uma emergência. A prevenção não era sequer um campo de trabalho suficientemente atraente para justificar associações público-privadas. [...].
Os efeitos econômicos estão agora fora de controle, sobretudo fora da China. As perturbações ocorridas nas cadeias de valor das empresas e em certos setores resultaram mais sistêmicas e substanciais do que se pensava originalmente. [...]
A interrupção das cadeias produtivas leva à dispensa e demissão de muitos trabalhadores, o que diminuirá a demanda final, enquanto a demanda por matérias-primas está diminuindo o consumo produtivo. Esses impactos pelo lado da demanda produzirão por si mesmos uma recessão. [...].
A forma em espiral de acumulação de capital sem fim está colapsando para dentro, de uma parte do mundo a outra. A única coisa que pode salvá-la é um consumismo massivo financiado pelo governo, evocado do nada. Isso exigirá socializar toda a economia dos Estados Unidos, por exemplo, sem 8hama-la de socialismo, é claro.
Portanto, a pandemia da COVID-19 exibe todas as características de uma pandemia de classe, gênero e raça. Embora os esforços de mitigação estejam convenientemente ocultos na retórica de que “todos estamos juntos nesta guerra”, as práticas, em particular por parte dos governos nacionais, sugerem motivações mais sombrias. [...]
A grande questão é: quanto tempo isso vai durar? Pode levar mais de um ano, e quanto mais o tempo passa, mais desvalorização haverá, mesmo para a força de trabalho. É quase certo que os níveis de desemprego subirão para níveis comparáveis aos dos anos 1930, na ausência de intervenções estatais massivas que teriam que ir contra a lógica neoliberal.
As ramificações imediatas para a economia, assim como para a vida social diária, são múltiplas e complexas. Mas nem todas são ruins. O consumismo
contemporâneo é indubitavelmente excessivo, Marx o descreveu como “consumo excessivo e insano, monstruoso e bizarro”. [...]
A vida cotidiana vai desacelerar e para algumas pessoas isso será uma bênção. As regras sugeridas de distanciamento social poderão, se a emergência for prolongada o suficiente, levar a mudanças culturais. A única forma de consumismo que quase certamente se beneficiará é a que chamo de economia “Netflix”, que atende os “consumidores compulsivos”.
Disponível em: < http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/597468-a-politica-anticapitalista-na-epoca-da-covid-19-artigo-de-david-harvey >. Acesso: 18 abr. 2020 (adaptado).
Agora em seu caderno, desenvolva o tema do texto a partir de três momentos: Problematização, Contextualização do Conteúdo, Integrando o Conteúdo.... Vamos lá e bom trabalho!
I – Problematização
a) Escreva um parágrafo de três linhas relatando a intencionalidade do texto.
b) Quais os aspectos motivadores do texto que estimularam a sua compreensão? Registre.
c) Anote a questão filosófica, temática ou abordagem conceitual em torno do qual o texto é desenvolvido.
II – Contextualização do conteúdo
a) Escreva o seu conhecimento prévio ou o que você sabia sobre o assunto do texto.
b) Destaque e registre o conteúdo do texto quanto às dimensões:
 Social (como o texto se reporta à sociedade);
 Histórica (épocas históricas citadas no texto);
 Cultural (os valores questionados e desenvolvidos no texto).
c) O texto estabelece conexão entre o conhecimento filosófico, o científico e o coloquial? Escreva e argumente acerca de suas considerações.
III – Integrando conteúdo Elenque resumidamente as principais ideias e subtemas contidas no texto.
Onde encontro o conteúdo
Texto: A política anticapitalista na época da COVID-19. Disponível em: < http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/597468-a-politica-anticapitalista-na-epoca-da-covid-19-artigo-de-david-harvey >. Acesso: 18 abr. 2020.
Videoaula EMITEC: “A economia como motor da história”.
Disponível em: <http://pat.educacao.ba.gov.br/emitec/disciplinas/exibir/id/8002>
Acesso em: 18 abr. 2020.
Objetivo
Analisar filosoficamente e sistematizar o conteúdo proposto a partir da leitura do texto sugerido.
Responder aos questionamentos propostos na problematização, contextualização e integração do tema filosófico contido no texto.
Depois da atividade
Registre em seu caderno as dificuldades encontradas para resolver a atividade e suas conclusões acerca do tema desenvolvido. Caso tenha acesso às redes sociais, entre em contato com um colega e troque ideias sobre a elaboração da atividade. Use a #educacaobahia.
Data: 05/05/2020

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