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Atividade X filosofia 2°ano Vesp/Not

Olá meus queridos! tudo em paz com vocês?
Desejo para vocês um ótimo inicio de semana,
Um abraço a todos,
bons estudos,
e continuem se cuidando!!
Dando continuidade às nossas atividades, desta vez, veremos um pouco sobre o que foi o Idealismo alemão.
Vou postar um texto do livro fundamentos de filosofia de Gilberto Cotrim, pois ele tem uma linguagem bastante acessível.
Então, a atividade constitui se em leitura do texto e em seguida responder o que se pede:
* Qualquer dúvida, por favor, não deixa de me chamar aqui nos comentários.

FRIEDRICHE HEGEL
O idealismo absoluto
uma vertente de pensamento bastante distinta
do positivismo de comte, mas estreitamente
ligada ao romantismo, foi o idealismo
alemão. ele se desenvolveu entre o final do século
XVIII e a primeira metade do século XIX e
teve em Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-
-1831) seu máximo expoente.
nascido em stuttgart, Alemanha, hegel
construiu uma obra que costuma ser apontada
como o ponto culminante do racionalismo. talvez
nenhum outro pensador tenha conseguido
elaborar, como ele, um sistema filosófico tão
abrangente, pois buscou respostas para o
maior número de questões, tentando reconciliar
a filosofia com a realidade.
segundo o filósofo alemão
herbert Marcuse (1898-1979),
o sistema hegeliano constitui
“a última grande expressão
desse idealismo cultural,
a última grande tentativa
para fazer do pensamento
o refúgio da razão e da
liberdade”. entre as principais obras de hegel
estão Fenomenologia do espírito, Princípios da filosofia
do direito e Lições sobre a história da filosofia
idealismo alemão
nosso primeiro passo na compreensão do pensamento hegeliano será entender o movimento filosófico
do qual ele participou. Mas o que é mesmo o idealismo?
como vimos antes, ao longo do livro, uma doutrina é idealista quando concebe a noção de que o sujeito
tem um papel mais determinante que o objeto no processo de conhecimento. e há vários tipos de idealismo.
platão, por exemplo, costuma ser considerado o principal idealista da Antiguidade, devido a sua teoria das
ideias (como vimos nos capítulos 1 e 12). descartes, por sua vez, expressou plenamente seu idealismo na
formulação do cogito (como estudamos nos capítulos 2 e 14). O mesmo fez kant, que afirma – na Crítica da
razão pura – que das coisas só conhecemos a priori aquilo que nós mesmos colocamos nelas. 
 O idealismo alemão desenvolveu-se no contexto histórico da revolução francesa e de suas consequências no mundo europeu, como as guerras
napoleônicas. A cena mostra o marechal prussiano Von
Blücher na cidade alemã de Bautzen, junto a seus homens e à população, à
época da Batalha das nações (1813), da qual napoleão e seus exércitos saíram derrotados, e os territórios alemães que estavam sob seu domínio ficaram livres. A Alemanha ainda não existia como país. O que havia era
um conjunto de 39 estados independentes (reinos,
ducados e cidades), com a mesma raiz linguística e base
cultural. A unificação política alemã ocorreria só em 1871.293
foi justamente kant quem assentou as bases
do que ficaria conhecido como idealismo alemão,
pois dizer que das coisas só podemos conhecer a
priori aquilo que nós mesmos colocamos nelas
significa que só podemos conhecer o pensamento
ou a consciência que temos das coisas. para esse
filósofo, portanto, a condição última do processo
de conhecer é a existência do eu como princípio
da consciência. em outras palavras, é a existência
do sujeito como centro (o eu) que torna possível o
conhecimento e lhe dá forma, pois é o sujeito
que organiza o conhecimento do objeto, ao passo
que este apenas se encaixa nos “moldes” da percepção
humana. pois bem, outro filósofo alemão, Johann Gottlieb
Fichte (1726-1814), era um admirador de kant, mas
achava problemática a separação que ele estabelecera
entre a coisa em si (o chamado noumenon
ou númeno) e a coisa como ela se apresenta para
nós (o chamado phenomenon ou fenômeno).
Assim, procurando um princípio unificador do real,
tomou esse eu de kant – entendido como princípio
da consciência – e transformou-o em princípio
criador de toda a realidade.
dessa forma, levou ao máximo o idealismo de
kant, construindo uma doutrina segundo a qual
a realidade objetiva seria produto do espírito
humano. Isso porque, para fichte, trazemos em
nós concepções lógicas das coisas do universo e
este, necessariamente, reflete essas concepções
lógicas. O filósofo chegou a se referir às coisas
da realidade (ao que é exterior ao ser humano)
como o não eu criado pelo eu.
essa mesma ideia, que pode parecer um tanto
estranha para o entendimento comum das pes soas,
é retomada e amadurecida por outro pensador alemão,
Friedrich Schelling (1775-1854), assistente de
fichte e seu sucessor. schelling também procurou
explicar como se dá a existência do mundo real, das
coisas, a partir do eu, mas discordou de fichte no
que se refere à determinação do mundo como puro
não eu, ou seja, à ideia de que a realidade exterior
seria produto da concepção do eu.
para schelling, existe um único princípio, uma
inteligência exterior ao próprio eu que rege todas
as coisas. essa inteligência se manifestaria de
forma visível em todos os níveis da natureza até
alcançar o nível mais alto, isto é, o ser humano ou,
mais geralmente, o que chamamos razão. trata-se,
portanto, de uma noção mais compreensível ao
senso comum, uma vez que guarda afinidade com
a ideia de deus – o deus espinosano, mais especificamente
(sobre isso, reveja o capítulo 14).
Racionalidade do real
A ideia de uma inteligência, ou espírito, que se
manifesta e se concretiza no mundo será também
o ponto de partida da filosofia de hegel, colega e
amigo mais velho de schelling. como estudamos
antes, hegel entendia a realidade como um processo
análogo ao pensamento. ele dizia que o real
é racional e o racional é real. em outras palavras:
a) a realidade possui racionalidade ou identifica-
-se com esta; b) a razão possui realidade ou identifica-
se com esta. (reveja o trecho a esse respeito
no capítulo 6.)
Assim, hegel rompeu com a distinção tradicional
entre consciência e mundo, sujeito e objeto.
para ele, a realidade se identificaria totalmente
com o espírito (ou ideia, ou razão), enquanto a racionalidade
seria o fundamento de tudo o que
existe, inclusive da natureza. O ser humano, por
sua vez, constituiria a manifestação mais elevada
dessa razão.
movimento dialético
também vimos anteriormente que, ao conceber
a realidade como espírito, hegel queria destacar
que ela não é apenas uma substância (uma coisa
permanente, rígida), mas um sujeito com vida
própria que pode atuar. portanto, entender a realidade
como espírito é entendê-la nesse seu atuar
constante, ou seja, como movimento ou processo.
é entendê-la como devir.
segundo o filósofo, o movimento da realidade
apresentaria momentos que se contradizem,
sem, no entanto, perder a unidade do processo,
que leva a um crescente autoenriquecimento.
trata-se do movimento dialético do real, que se
processaria em três momentos:
o primeiro, do ser em si, seria, por exemplo, o
momento de uma planta como semente (tese);
o segundo, do ser outro ou fora de si, seria o
momento em que essa semente sai fora de si,
desdobra-se em algo distinto (antítese);
e o terceiro, do ser para si, seria o momento
em que surge a planta (síntese dos momentos
anteriores).
esses momentos se sucederiam com um movimento
em espiral, ou seja, um movimento circular
que não se fecha. Assim, cada momento final, que
seria a síntese, torna-se a tese de um movimento
posterior, de caráter mais avançado. (reveja essas
concepções de hegel na exposição mais detalhada
do capítulo 6.)
294 Unidade 3 A filosofia na história
saber absoluto
de acordo com hegel, para compreender a
dialética da realidade é necessário que a razão se
afaste do entendimento comum e se coloque no
ponto de vista do absoluto. A consciência que consegue
isso atinge a Razão ou o Saber Absoluto,
ou seja, supera o entendimento finito e adquire a
certeza de ser toda a realidade. desse modo, alcança
a unidade entre ser e pensar, harmonizando
a subjetividade com a objetividade.
O pensamento de hegel apresenta-se, desse
modo, como um grande sistema, que permite pensar
tanto a natureza, ou realidade física, quanto o
espírito, tendo como fio condutor dessa reflexão
totalizante a relação entre finito e infinito.
nesse contexto, o trabalho da filosofia seria o
de superar o entendimento finito e limitado das
coisas finitas e limitadas para alcançar o saber
absoluto, que é o saber da coisa em si. seria o
caminhar da consciência rumo ao infinito, a busca
da infinitude a partir da finitude.
hegel procurou apresentar, em sua obra, o caminho
do conhecimento finito ao conhecimento
absoluto, o qual se daria em vários campos do saber,
tanto em relação à natureza como ao espírito.
no que concerne à natureza, rompeu com a
visão romântica, que a divinizava, proclamando
a absoluta superioridade do espírito, que se realiza
na história dos seres humanos por meio de
sua liberdade.
em relação ao espírito, o filósofo distinguiu três
instâncias:
o espírito subjetivo – que se refere ao indivíduo
e à consciência individual;
o espírito objetivo – que se refere às instituições
e aos costumes historicamente produzidos pelos
seres humanos, expressão da liberdade humana;
o espírito absoluto – que se manifesta na arte,
na religião e na filosofia como espírito que compreende
a si mesmo.
filosofia e história
para hegel, a história é o desdobramento do
espírito objetivo. Vejamos por quê.
O espírito objetivo é a realização da liberdade
humana na sociedade. Manifesta-se no direito, na
moralidade e na “eticidade”, englobando família,
sociedade e estado. O estado político é o momento
mais elevado do espírito objetivo, de modo que o
indivíduo só existe como membro do estado,
conforme afirma o filósofo em Princípios da filosofia
do direito.
A história seria, portanto, o desdobramento do
espírito no tempo. A filosofia da história deve captar
o movimento histórico não como momentos estanques,
mas do ponto de vista da razão, do absoluto.
sob esse ponto de vista, a história é uma contínua
evolução da ideia de liberdade, que se desenvolve
segundo um plano racional.
Assim, para hegel, os conflitos, as guerras, as
injustiças, as dominações de um povo sobre outro
são compreendidos como contradições ou momentos
negativos que funcionam como mola dialética
que move a história. no plano da dialética hegeliana,
esses momentos corresponderiam à antítese, que
se contrapõe à tese, fazendo surgir uma etapa superior,
que seria a síntese.
portanto, se para o filósofo tudo que é real é racional,
e tudo que é racional é real – como vimos
antes –, todas as coisas existentes, mesmo as piores,
fazem parte de um plano racional e, portanto,
têm um sentido dentro do processo histórico. esse
conceito hegeliano recebeu inúmeras críticas, já
que pode levar a um certo conformismo ou a uma
passividade diante das injustiças sociais.
1. Observe a imagem acima:
a) é possível estabelecer uma relação entre
ela e o pensamento hegeliano?
b) proponha outros exemplos da concepção
de hegel sobre o movimento da realidade.
conEx295legado de Hegel
entre os seguidores de hegel, houve uma divisão em dois grupos: os neo-hegelianos de direita e os
neo-hegelianos de esquerda, que fizeram ajustes em aspectos de sua filosofia de modo a adequá-la a
seus projetos políticos.
Mas a profundidade de seu pensamento e a radicalidade de seus conceitos despertaram reações
extremas e diversas, algumas delas tão revolucionárias que levaram a novas maneiras de fazer e pensar
a filosofia, como nos casos de Marx e nietzsche (que estudaremos em seguida).
4. como se vincula a filosofia de kant com o idealismo
alemão?
5. em que diferem o “princípio criador” de fichte e o
“princípio único” de schelling?
6. A dialética de hegel não é um método ou uma forma
de pensar a realidade, mas sim a expressão do
movimento do real (o espírito) propriamente dito.
Justifique essa afirmação.
7. segundo hegel, compreender a dialética da realidade
exige um trabalho árduo da razão, que deve
se afastar do entendimento comum e se colocar no
ponto de vista do absoluto.
a) em que se baseia essa afirmação?
b) A partir desse ponto de vista, como deveria
se posicionar a filosofia para interpretar os
acontecimentos históricos?
AnálisE E EntEndimEnto
2. História e racionalidade
para hegel, a história não é apenas uma justaposição de acontecimentos no tempo, mas resulta de um
processo de contradições dialéticas que, interpretado a partir do espírito absoluto, possui uma racionalidade
e caminha no sentido da liberdade plena.
em sua interpretação, essa concepção de hegel é uma noção racional e otimista dos acontecimentos
históricos ou revela mais um perigoso conformismo, como entenderam seus críticos? reúna-se com
colegas para debater essa questão, buscando argumentar sobre exemplos concretos.
convERsA filosóficA

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