olá meus queridos!
mais uma atividade sobre os filósofos contratualistas (o homem no estado de natureza).
Gostaria que vocês observassem ás observações. esse assunto está disponível no livro de vocês
no cap. 20. pg 269-272. Esse assunto é bastante explorado no ENEM e vestibulares.
Bons estudos!
Abraço a todos.
O homem no Estado de Natureza em Hobbes, Locke e Rousseau.
Diferentes pontos de vista
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Pedro Menezes
Professor de Filosofia
O conceito de Estado de Natureza é uma abstração teórica que
se refere a um "momento" em que os seres humanos organizavam-se
apenas sob as leis da natureza.
É um momento anterior ao surgimento de qualquer tipo de
organização social e do Estado Civil.
Vale ressaltar que essa ideia de anterioridade, não se
refere a um momento histórico, mas uma metáfora a um período pré-social dos
seres humanos.
Uma característica marcante é a ideia de que os indivíduos
viveriam isoladamente ou organizados em pequenos grupos familiares dedicados à
sua estrita sobrevivência.
Estes indivíduos pré-sociais seriam plenamente livres,
seguindo sua liberdade natural, e iguais, não estando submetidos a construções
sociais ou culturais.
Diferentes autores propõem diferentes visões sobre como
seria o estado de natureza. As três principais concepções remetem à filosofia
moderna com Hobbes, Locke e Rousseau.
1. Hobbes e a guerra de
todos contra todos
Thomas Hobbes
por John Michael Wright (sec. XVII)
Para Thomas Hobbes (1588-1679),
os seres humanos possuem uma tendência natural à
violência. Daí, sua célebre frase:
“O homem é o lobo do homem”.
( Esta é uma célebre frase de Hobbes )
Por conta de seu intelecto, os seres humanos dominam a
natureza, mas encontram em outros seres humanos os seus grandes rivais, seus
verdadeiros predadores naturais.
Os desejos dos indivíduos em estado de natureza gerariam
disputas que poderiam levar à morte de uma das partes do conflito.
Pela necessidade de segurança e, principalmente, por
receio de uma morte violenta, os indivíduos preferem abrir mão de seu direito à
liberdade e igualdade dados pela natureza.
Sendo assim, celebram um pacto ou contrato social no qual
passam a estar submetidos a um governo que possa, através das leis,
garantir-lhes uma vida segura.
Os seres humanos abandonam o Estado de Natureza e dão origem
ao Estado Civil por meio do contrato social.
Veja também: Contrato Social
2. Locke e o direito natural
Rretrato de John
Locke por Godfrey Kneller (1697)
John
Locke (1632-1704) foi um filósofo inglês, considerado o "pai do
liberalismo". Isso se deve fundamentalmente por sua concepção da
propriedade como um direito natural dos seres humanos.
Diferente do pensamento hobbesiano, Locke afirma que os
seres humanos em estado de natureza não vivem em guerra, tendem a uma vida
pacífica por sua condição de liberdade e igualdade.
Para ele, os indivíduos ao nascer receberiam da natureza,
o direito à vida, à liberdade e aos bens que tornam possíveis os dois
primeiros. Isto é, o direito à propriedade privada.
Entretanto, o indivíduo em estado de natureza, por seus
desejos e por sua liberdade, acabaria entrando em litígio (disputa) com outros
indivíduos. Como cada uma das partes defenderia seu próprio interesse,
tornou-se necessária a criação de um poder mediador ao qual todos se
submetessem.
Sendo assim, o indivíduo abandona o estado de natureza,
celebrando o contrato social. Com isso, o Estado deve desempenhar o papel de
árbitro nos conflitos, evitando injustiças e, consequentemente, a vingança
daquele que se sentiu injustiçado. Tendo em vista sempre, a garantia do direito
natural à propriedade.
"Ser livre é ter a liberdade de ditar suas ações e
dispor de seus bens, e de todas as suas propriedades, de acordo com as leis
regentes. Dessa forma, não ser sujeito à vontade arbitrária de outros, podendo
seguir livremente a sua própria vontade."
Locke afirma que a função do estado é interferir o mínimo
possível na vida dos indivíduos, atuando apenas na mediação de conflitos e na
defesa do direito à propriedade.
Onde não há lei, não há liberdade.
Veja também: Liberalismo
3. Rousseau e o bom selvagem
Retrato de Jean-Jacques Rousseau por
Maurice Quentin de La Tour (1753)
Jean-Jacques
Rousseau (1712-1778), filósofo francês, possui uma concepção do ser
humano em estado de natureza bem contrastante dos seus predecessores.
Rousseau afirma que o ser
humano é naturalmente bom. Em estado de natureza, viveria uma vida isolada dos
demais, plenamente livre e feliz. O indivíduo seria o "bom selvagem"
inocente e incapaz de praticar o mal, como os outros animais.
Entretanto, esse estado termina quando por algum motivo
particular, um indivíduo cerca um pedaço de terra e o classifica como seu. O
surgimento da propriedade privada é o motor gerador de desigualdades e
violência.
“O homem nasce bom e a
sociedade o corrompe”. =>( Esta frase
é conhecida como a teoria do bom selvagem de Rosseau)
Surge o estado de sociedade onde os possuidores (aqueles que
detém a posse de algo) lutam contra aqueles que não possuem bens.
Pela extinção dessa insegurança, o
contrato social faz com que os indivíduos abandonem o estado de
natureza e assumam a liberdade civil. Vivam sob o controle de um Estado que
deve realizar estritamente a vontade geral.
(O contrato social é a principal obra de Rosseau)
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