Olá galera! espero que tudo esteja em paz com vocês.
Essa atividade pessoal é para que vocês tenham um panorama da filosofia.
Façam um quadro relacionando os principais filósofos de cada área, e de cada época.
Um abraço a todos!
Bons estudos.
Filosofia: O guia completo!
- julho 5, 2020
Se você
vai fazer vestibular em breve e precisa de uma ajuda com o conteúdo de
Filosofia, esse texto é para você! Nele, abordamos a origem do pensamento
filosófico, assim como os principais filósofos e suas correntes de pensamento.
Fique preparado!
Tudo que você precisa saber sobre Filosofia para o
Enem!
Vai
fazer o Enem ou
algum vestibular em breve? Então é bom estar craque em Filosofia, uma das
matérias que aparecem no caderno de Ciências Humanas e suas Tecnologias. Neste
texto vamos falar sobre a origem da Filosofia,
os filósofos mais importantes de cada época e dar uma ajuda para quem quer
testar seus conhecimentos antes da prova. Vamos lá?
O que é filosofia?
Para
começar, ver a origem da palavra é sempre uma boa ideia para entender seu
significado. A palavra “filosofia” é uma aproximação da palavra grega
“philosophia”, que significa literalmente “amor pela sabedoria”. Ou seja,
basicamente, filosofar é pensar para ficar mais sábio. Mas não é ficar sábio em
qualquer coisa, mas nas questões mais elementares: a existência humana, a ideia
de conhecimento, de verdade,
os valores morais, a mente, a linguagem, o universo.
Podemos
perceber que essa definição é bem abrangente, e a Filosofia é
realmente abrangente: tanta gente vem se dedicando a essas questões há tanto
tempo que temos inúmeras linhas de pensamento, correntes filosóficas e
inclusive inúmeras conclusões que divergem em torno de um mesmo tópico.
Mas
e a religião, por exemplo? Ela também não se ocupa dessas mesmas questões? Sim,
mas a diferença da Filosofia é que o pensamento racional deve ser a base da
argumentação. Por isso, a lógica também é um dos campos da Filosofia,
porque qualquer conclusão deve vir de um método racional. Por outro lado, a
Filosofia também não é exatamente uma ciência, pois a investigação ocorre a
priori e não se preocupa com métodos empíricos, de teste.
Já
deu para ver que Filosofia se ocupa de praticamente tudo. E é verdade, a
Filosofia é o que dá base para as outras instituições do conhecimento humano,
como por exemplo a própria religião, a Ciência, a Arte e a Cultura.
História da Filosofia
Sabemos
que a maior parte do conhecimento ocidental se fundamenta no conhecimento
grego. Isso vale, antes de tudo, para a Filosofia. Não é à toa que
quando vamos falar dos matemáticos gregos, por exemplo, eram todos filósofos.
Isso porque o conhecimento em si está todo baseado na Filosofia.
Estima-se
que os primeiros pensadores surgiram na Grécia Antiga, no século VI a.C. Alguns
pensadores, como Pitágoras, Tales e Heráclito, estavam preocupados em entender
a realidade que os cercava, a existência dos deuses e as questões relativas à
natureza. Dá para entender porque as Ciências, antes de se separarem em ramos
como a Matemática, a Física, a Biologia e a Química, eram consideradas parte da
Filosofia.
Quem inventou a Filosofia?
Essa
pergunta não tem uma resposta concreta. Podemos entender apenas de onde vem o
ímpeto para o surgimento da Filosofia. Na Grécia Antiga, o mito era
extremamente importante. Eram pelas narrativas míticas que se explicavam o que
ocorria com o mundo, por exemplo, as estações climáticas, os principais marcos
da vida, como nascimento, casamento e morte, além de fornecer toda as histórias
das origens e os conflitos entre deuses.
Podemos
pensar então que a invenção da Filosofia acontece como uma
forma de negar que somente os mitos poderiam explicar essas questões. Mesmo
assim, os primeiros pensadores não iam totalmente contra os mitos, mas buscavam
incorporá-los ao pensamento racional.
Muitos
estudiosos veem o surgimento da Filosofia como um momento de
ruptura com a tradição mítica grega. Os mitos explicavam fenômenos
particulares, além de dar rostos a conceitos como Amor, Verdade, Guerra e
Sabedoria, enquanto os filósofos queriam falar de concepções abstratas e
universais, além de evitar contradições lógicas em suas explicações.
Áreas da Filosofia
A Filosofia se
divide em algumas disciplinas fundamentais, que encontram seguidores
praticamente em todas as épocas. Vamos conhecer as mais importantes:
Metafísica
A
metafísica trata de problemas centrais da natureza. É uma tentativa de
descrever as leis, os princípios, as condições, as causas e a estrutura básica
da realidade em que vivemos.
A
metafísica ainda tem um ramo central, chamado de ontologia, que é a
investigação sobre os fundamentos do ser. Um outro ramo é a cosmologia,
que se preocupa com a totalidade dos fenômenos e a origem e os princípios do
cosmos.
Epistemologia
A
epistemologia trata do conhecimento científico, das etapas e limites do
conhecimento humano. Se a metafísica está preocupada com o conhecimento
fundamental, a epistemologia se questiona se é possível atingir esse
conhecimento.
É
um ramo que se dedica a conceitos como verdade, crença, e procura
justificativas racionais para afirmar ou não uma verdade baseada em uma crença.
Lógica
A
lógica vai buscar compreender o uso do raciocínio para resolver problemas. A Filosofia se
baseia no pensamento racional, sendo que a argumentação deve ser lógica, ou
seja, sem contradições. A lógica se aplica a todos os outros ramos da
Filosofia, porque dá uma ferramenta para construção de argumentos.
Ética
A
ética é o estudo dos valores sociais, das morais, dos costumes, sempre na busca
pela melhor maneira de se conviver em sociedade. Na Antiguidade, a ética
abrangia conhecimentos hoje conhecidos como antropologia, psicologia,
sociologia, economia, pedagogia e política.
Estética
A
estética é o ramo da Filosofia que estuda a beleza, a arte, a
natureza, a ideia de obra e criação. Da mesma forma, os estéticos também se
questionam sobre a falta de beleza, o que é considerado feio, e de que forma os
fenômenos estéticos produzem emoções.
Filosofia Antiga
A Filosofia
Antiga diz do período do surgimento da Filosofia, no século VII a.C.
na Grécia Antiga, até aproximadamente o século VI d.C., quando passamos à Filosofia
Medieval. A Filosofia Antiga se divide em está dividida em três
períodos: pré-socrático, socrático ou clássico,
e helenístico.
Filosofia pré-socrática
A Filosofia
da Grécia Antiga é dividida entre pré-socrática e pós-socrática, que
se refere ao filósofo Sócrates. Os pré-socráticos também são
chamados de filósofos da natureza, porque se dedicavam à natureza
das coisas, à origem, ao fundamental. Em um primeiro momento, os pré-socráticos
focavam no cosmos, ou a origem do universo.
Em
um segundo momento, esses filósofos passaram a se preocupar com as questões
morais do homem. É importante notar que as obras desses pensadores se perderam
e, atualmente, não temos nenhuma obra completa conservada desse período. Muito
do que sabemos sobre eles vem do que outros filósofos, principalmente Platão e Aristóteles,
posteriormente escreveram sobre eles As obras costumavam referenciar filósofos
anteriores, e é assim que sabemos o que eles pensavam, um conhecimento
considerado “de segunda mão”.
Os
pensadores mais importantes desse período foram: Tales de Mileto,
Heráclito, Pitágoras, Parmênides e Demócrito.
Filosofia clássica ou socrática
No
século V a.C., surge uma nova forma de governo na Grécia: a democracia. Com
isso surgem as cidades, as polis, e Sócrates muda os rumos da Filosofia, que
agora precisa se preocupar com o indivíduo. Daí surge uma das frases
filosóficas mais clássicas:
Conhece-te a ti mesmo.
Sócrates
propõe uma filosofia desenvolvida por meio de diálogos, os quais podem se dividir
em dois tipos, a ironia e a maiêutica. Em um primeiro momento, deve se fazer
perguntas: “ironia”, em grego, quer dizer “interrogação”. A intenção de
Sócrates com as perguntas era demonstrar que não há certezas. Ele acreditava
que o primeiro passo para se adquirir sabedoria é admitir sua própria
ignorância:
Só sei que nada sei.
A
segunda fase é a reconstrução do pensamento. Nessa fase do diálogo, a
maiêutica, as questões eram feitas com o objetivo de fazer os interlocutores
desenvolverem suas próprias ideias.
Também
não há registros das obras originais de Sócrates, e só conhecemos seu
pensamento porque seu mais conhecido discípulo, Platão, o transmitiu em suas
próprias obras, e posteriormente, Aristóteles, discípulo de Platão, também o
fez. Aristóteles e Platão iriam, mais tarde, aperfeiçoar o método científico
iniciado por Sócrates. Depois da morte de Sócrates, Platão amadureceu suas
próprias ideias, criando sua própria escola filosófica, a Academia, considerada
uma das primeiras instituições de ensino superior do mundo ocidental.
Platão
fundamentou a teoria das ideias, que tenta explicar o desenvolvimento do
conhecimento humano. Segundo ele, para conhecer teríamos que passar
progressivamente do mundo dos sentido para o mundo das ideias. No primeiro, temos
as impressões e sensações, que dão origem a opinião que temos da realidade. No
segundo estaria o verdadeiro conhecimento, atingível somente pela filosofia. O
processo proposto por Platão para fazermos esse pulo é a dialética, que
consiste na concepção de uma tese e em seguida a discussão sobre ela, afim de
consertar os erros e torná-la mais pura.
A
teoria das ideias é bem exemplificada pelo mito da caverna de Platão, uma
analogia para explicar a passagem. De acordo com o mito, a maioria dos homens
se encontraria prisioneiro em uma caverna, na qual uma luz que passa pela
entrada produz sombras dos objetos lá fora. Os prisioneiros veem as sombras e
acreditam que aquilo que veem é a realidade. O objetivo da Filosofia seria
escapar da caverna e passar a ver os objetos à luz do sol, a fonte de toda a
sabedoria.
Já
Aristóteles não concordava muito com seu mestre. Ele rejeitava o conceito de
mundo das ideias porque a realidade deveria ser conhecida pelos sentidos e pela
experiência. Aristóteles pregava que a partir da existência do ser podemos
atingir sua essência, ou seja, que o conhecimento pode passar do individual ao
genérico.
Filosofia helenística
O
período helenístico, que vai da morte de Alexandre, o Grande (que era aluno de
Aristóteles), até o final da República Romana, transformou tanto a política e a
geografia do local, como a Filosofia. Nesse período destacam-se a criação de
três escolas, em oposição à Filosofia clássica, que se baseiam
na vida privada do homem, em preocupações individuais: o Ceticismo,
o Epicurismo e o Estoicismo.
Ceticismo
Os
céticos defendem a ideia de que o filósofo deve abandonar todas as certezas e
manter-se em estado de dúvida, impedindo que as verdades possíveis fossem
naturalizadas. Já que a verdade absoluta é inalcançável, devemos desfrutar do
imediato provocado pelos sentidos.
Epicurismo
Fundada
por Epicuro, consiste na ideia de que os homens devem procurar pelo
prazer, que seria o caminho para felicidade. Os prazeres podem ser duradouros,
como a música, a arte, etc., ou imediatos, como a paixão. Os epicuristas
acreditavam que o homem poderia atingir um estado de ausência de dor pela
dominação dos exageros dos prazeres imediatos,.
Estoicismo
os
estoicos se destacam por acreditar que toda a realidade é racional. Ou seja,
Deus é apenas o nome que damos aos princípios da natureza, e não há lugar para
onde ir além deste mundo. Pela Filosofia podemos compreender a ordem universal,
mas não temos o poder de alterá-la.
Filosofia medieval
O
período medieval é marcado pela queda do Império Romano e a consolidação e
disseminação do Cristianismo. A Igreja Católica pregava que o conhecimento
vinha das verdades reveladas por Deus, e os conflitos entre fé e razão se
estenderam para a Filosofia. Os dois momentos mais importantes da Filosofia Medieval foram
a Patrística e a Escolástica, que vamos detalhar
em seguir.
Patrística
Os padres da Igreja,
aqueles que escreveram os primeiros textos fundamentais da Igreja Católica, se
dedicaram a um trabalho de pregação e convencimento das autoridades romanas e
do povo. A Filosofia patrística aliava a fé e a racionalidade, na tentativa de
conciliar o pensamento cristão e pagão.
O
principal pensador desse período foi Santo Agostinho, que já era
filósofo muitos anos antes de se tornar membro da Igreja. Agostinho argumenta
principalmente sobre a superioridade da alma humana, ou seja, a supremacia do
espírito sobre o corpo. No entanto, ele acreditava que os homens comumente
invertiam essa relação, tornando o espírito submisso aos prazeres materiais.
Santo
Agostinho foi um dos primeiros a defender a doutrina da predestinação à
salvação, na qual apenas os predestinados estariam aptos a receber a graça
divina, que salvaria o homem dos seus pecados pelo caminho do esforço pessoal e
concessão. A Filosofia agostiniana realça, portanto, o vínculo do indivíduo com
Deus e a responsabilidade do indivíduo pelos seus atos.
Quando
à liberdade, Santo Agostinho coloca a vontade como sendo uma força
determinística da vida, e não uma expressão ligada ao intelecto. Assim, a
liberdade tem mais a ver com a vontade do que com a razão, e portanto consiste
na fonte do pecado. O pecado é o uso da liberdade, ou do livre-arbítrio, para
satisfazer uma vontade que é ruim.
Escolástica
Na
época de Carlos Magno,
a cultura greco-romano volta a ser divulgada, já que até então era acessível
apenas para o clero. Nesse período, o imperador organiza o ensino e funda
vários escolas, onde eram ensinadas disciplinas ligadas à Filosofia e a
Matemática, sempre submetidas à Teologia.
A
produção filosófica desse período surge nas universidades, aliando Filosofia e
a Teologia, e ficou denominada filosofia escolástica (de
escola). Foi nesse tempo também que muitas obras consideradas perdidas de
Aristóteles foram descobertas, e assim o pensamento aristotélico marcou
profundamente a escolástica. Os escolásticos se dedicavam ao problema básico da
conciliação entre o pensamento racional e a fé cristã.
A
escolástica pode ser dividida em três fases, a primeira marcada pela harmonia
entre fé e razão, a segunda pela crença de que a harmonia parcial pode ser
atingida, na qual se destaca São Tomás de Aquino, e a terceira na
diferenciação entre fé e a razão que trás a decadência da escolástica.
São
Tomás de Aquino usou o conhecimento filosófico de Aristóteles para fundamentar
argumentos que explicassem as principais crenças da fé cristã. O tomismo
destaca a importância dos sentidos no entendimento da realidade, além de
provocar um racha na metafísica, introduzindo a divisão entre o ser e a
essência, na qual o único ser pleno que existe é Deus. São Tomás de Aquino se
apoiou nos métodos aristotélicos, mas acabou criando um trabalho bem único. Sua
obra fundamentou o apogeu do pensamento medieval.
Filosofia Moderna
A
Idade Moderna vai de meados do século XV ao fim do século XVIII e se
caracteriza por grandes mudanças nas sociedades europeias, como a passagem do
feudalismo para o capitalismo, a formação da burguesia, a formação dos Estados
Nacionais, a invenção da imprensa e o desenvolvimento das ciências naturais.
O
Renascentismo traz de volta o pensamento baseado na razão e na ciência,
reelaborando os ideais de exaltação ao homem e ao indivíduo, a liberdade e a
razão. Nessa época, três correntes se desenvolveram: o Racionalismo,
o Empirismo e o Criticismo.
Racionalismo
O
principal filósofo desse período foi René Descartes, recuperando
toda a importância da investigação científica para o entendimento da realidade.
Descartes é considerado o pai da Filosofia Moderna, porque situou as bases para
o pensamento moderno. Descartes afirmava que para conhecer é preciso abandonar
noções pré-concebidas, e colocar em dúvida tudo que concebe a realidade, assim
como questionar o próprio pensamento. Chegou a conclusão de que a única coisa
realmente certa era de que o pensamento existia, cunhando assim a famosa
máxima:
Penso, logo existo.
Descartes
considerava que a Matemática era a ferramenta adequada para a compreensão do
mundo, e não foi à toa que se dedicou enormemente a essa ciência,
principalmente no campo da Geometria (lembra do plano cartesiano?).
Empirismo
O
Renascentismo levou a elaboração de novos critérios para que o conhecimento
verdadeiro fosse atingido. Dessa forma, muitos pensadores se apoiaram na tese
de que a experiência deve ser a principal base para se chegar na origem
fundamental das coisas, o que ia contra a tese das ideias inatas de Descartes.
Um
dos principais filósofos desse momento, o inglês John
Locke, defendia que a mente, no momento do nascimento, é como uma
tábua rasa, e nossas ideias são frutos da experiência sensorial adquirida ao
longo da vida. Locke baseava sua tese em dois tipos de conhecimento, o da
experiência sensorial, na qual as ideias surgem através dos sentidos. Essas
ideias seriam moldadas por objetos externos. Em um segundo momento, partimos
para a reflexão, que nos permite desenvolver outras ideias que não são
externas, como o pensamento, o duvidar, o raciocinar, o crer, etc.
Vimos
que durante o Renascentismo, o método experimental surgia como uma forma de
concretizar as pré-concepções acerca da realidade. O inglês Francis
Bacon se debruçou sobre a pesquisa experimental, afirmando que para
ela funcionar, os cientistas precisam se libertar de seus ídolos, ou seja, das
falsas noções, dos preconceitos e dos maus hábitos. Bacon também desenvolveu o
método indutivo de investigação científica, no qual repetidas experiências
particulares podem fornecer conclusões sobre o geral.
Outro
pensador muito importante do Empirismo é o escocês David Hume, um
crítico das verdades absolutas. Hume criticava principalmente as conclusões
indutivas, aquelas que partem do particular para o geral. De acordo com ele, o
raciocínio indutivo não é lógico, pois partimos de uma crença, para então
saltarmos para uma conclusão geral. Assim, ao observar repetidas vezes um
fenômeno, no máximo podemos acreditar na probabilidade de que a conclusão seja
possível, mas não uma certeza irrefutável.
Criticismo
O
alemão Immanuel Kant dedicou sua vida inteira ao magistrado e
ao pensamento filosófico. Sua maior herança foi o exame crítico da razão. Na
sua obra máxima, Crítica da Razão Pura, Kant descreve duas formas básicas do
ato de conhecer: o conhecimento empírico, aquele que é posterior à experiência,
e o conhecimento puro, aquele que não depende da experiência. O conhecimento,
portanto, seria o resultado da interação entre o que conhecemos de acordo com
saberes a priori e o que conhecemos através da experiência. Portanto não
conhecemos as coisas como de fato elas são, e sim como as percebemos.
Filosofia contemporânea
A
partir da Revolução Industrial, com os avanços científicos, o progresso
capitalista e a exploração do trabalho, a Filosofia se volta para as
consequência do avanço tecnológico e científico. As questões dessa época se
colocam em termos de dilemas humanos, desigualdades sociais e o futuro de uma sociedade
tecnicista. Algumas correntes se destacaram a partir daí, como o Idealismo
alemão, o Materialismo, o Existencialismo e
a Escola de Frankfurt.
Idealismo alemão
Foi
Kant, com sua crítica à razão, que fundou as bases do que ficaria conhecido
como Idealismo alemão. O idealismo é uma corrente que considera o papel do
sujeito sendo mais importante que o objeto no processo do conhecimento. Dessa
forma, a própria consciência humana volta a ser parte importante desse
processo, não só a razão.
O
filósofo alemão Arthur Schopenhauer retorna à obra de Kant
para afirmar que o conhecimento se baseia na percepção do homem do objeto, e
não na essência do próprio objeto. No entanto, Schopenhauer cunhou a tese da
representação, de que o mundo como conhecemos é apenas uma representação ou uma
ilusão. Mas o filósofo admite ser possível conhecer as coisas como ela são
através do insight intuitivo, uma espécie de iluminação, que
poderia partir da atividade artística.
Outro
filósofo idealista importante Sören Kierkegaard, um pensador
cristão, defendia que a existência humana possui três dimensões: a estética, na
qual se procura o prazer, a ética, na qual se coloca a contradição entre o
prazer e o dever, e a religiosa, na qual a fé é o principal motor. Essas
dimensões seriam excludentes e o homem precisaria decidir em qual delas
gostaria de viver. Kierkegaard também estudou como se dá a relação do homem com
o que o cerca: a relação do homem com o mundo, que é regida pela angústia de
viver em um mundo instável, a relação do homem consigo mesmo, marcada pela
inquietação e o desespero porque ele nunca está satisfeito, e a relação do
homem com Deus, que seria a única via de superação da angústia, da inquietação
e do desespero.
Materialismo
Karl
Marx se formou no círculo da
Filosofia idealista, mas logo se afastou desta e elaborou as bases do seu
próprio pensamento. O estudo da realidade social da época acabou se tornando a
base da fundamentação teórica do socialismo marxista. De acordo com Marx, os
filosófos não deveriam se dedicar a conceitos abstratos, mas se preocupar com a
materialidade da história, já que não existiria indivíduo fora da sociedade. O
materialismo parte da ideia de que, ao produzirem as coisas materiais
necessárias à manutenção da vida em sociedade, o homem também produz a si
mesmo, ou seja, como ele se posiciona diante da vida social, política e
espiritual.
A
partir disso se percebe como Marx fundamentou seu trabalho em torno
principalmente do trabalho. Para ele, as relações de trabalho são o que regem a
vida do homem pós-industrial. Em O Capital, Marx demonstra como a
lógica de produção capitalista transforma a força de trabalho em mercadoria, e
a única mercadoria capaz de reproduzir e aumentar o capital.
No Manifesto
Comunista, escrito em parceria com Friedrich Engels, Marx afirma que o
capitalismo também deu origem a uma classe revolucionária, que seria o
proletariado, que deve se organizar para fazer a revolução rumo ao socialismo.
Por isso Marx afirmou:
A luta de classes é o motor da história.
Existencialismo
O
século XX foi marcado por incertezas. Duas guerras mundiais, Revolução Russa e
depois o colapso da União Soviética, tragédias como o holocausto judeu. Apesar
disso, o progresso tecno-científico continuava a todo vapor. A Filosofia do
século XX se dá em cima de visões antagônicas: progresso vs. violência,
progresso vs. ética, desenvolvimento tecnológico vs. desenvolvimento humano. O
Existencialismo tem como ponto de partida a existência humana, e vários
filósofos refletiram de formas diferentes sobre o que é ser humano, de forma
que são várias as filosofias da existência.
Esses
novos pensamentos surgiram no século XX, mas sofreram grande influência de
pensadores do período anterior, como Schopenhauer, Kierkegaard e Nietzche,
chamados de pré-existencialistas.
O
alemão Friedrich Nietzche desenvolveu uma crítica aos valores morais, propondo
o estudo da formação história dos valores, conhecido como genealogia da moral.
Nietzche afirmava que não havia distinções absolutas entre o bem e o mal, mas
que essas seriam elaboradas pelo homem, ou seja, são produtos
histórico-culturais. O filósofo critica as religiões por imporem esses valores
como se fossem frutos da vontade de Deus, e afirma que a maior parte das
pessoas se acostuma a uma “moral de rebanho”, sem se questionar se elas fazem
sentido ou não.
Quando
o cristianismo é colocado em xeque e passa a ser apenas uma das interpretações
possíveis para o mundo, os valores dessa era também são questionados. O niilismo é
isso: a expressão da decadência dos valores. O niilismo do filósofo
Nietzche se baseava principalmente na negação da crença em um ser
maior, ou seja, a morte de Deus. Assim, o homem moderno experimenta uma perda
coletiva dos valores tradicionais, colocando em questão até mesmo os
fundamentos do conhecimento.
O maior
filósofo existencialista é o francês Jean-Paul Sartre,
para quem o ser é o que é, concebendo o ente em-si, aquele que não é passivo e
nem ativo, o ser pleno, e o ente para-si, o ser humano, que é inquieto, não
total, em que existe o nada. Sartre também se dedicou enormemente à questão da
liberdade do homem. A liberdade é o que move o homem, gerando incerteza,
produzindo sentido e proporcionando a consciência.
Escola de Frankfurt
A
Escola de Frankfurt diz respeito aos pensadores que se formaram no Instituto de
Pesquisas Sociais de Frankfurt. A produção ficou conhecida como Teoria Crítica.
Os filósofos dessa época se diferenciavam em seus trabalhos, mas todos se
preocupavam em estudar a vida social e cultural. Eles desenvolveram o conceito
de sociedade de massa, que coloca a diversão e o consumo como forma de garantir
a continuação da lógica capitalista.
Theodor
Adorno e Max Horkheimer se
debruçaram sobre a crítica da razão, acreditando que a razão iluminista estava
a serviço do desenvolvimento tecnológico, dominando a natureza e o próprio ser
humano. A dupla também investigou a “indústria cultural”, termo utilizado para
falar da indústria de diversão de massa, que teria como objetivo homogenizar os
comportamentos. Para Adorno, a única forma de fugir da opressão social seria
pela arte, e por isso ele se dedicou à teoria estética nos seus últimos
trabalhos.
Outro
pesador importante da Escola de Frankfurt é Walter Benjamin, que
tinha uma postura mais otimista em relação à indústria cultural. Em seu ensaio
mais conhecido, A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica,
Benjamin afirma a possibilidade que a arte se torne mais acessível por causa
das tecnologias de reprodução, como os discos. Assim, a arte nas classes mais
baixas poderia servir como instrumento de politização
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