Olá meus queridos! tudo bem com vocês? Espero que sim.
Nesta oportunidade vamos ver algumas características da filosofia
contemporânea.
bons estudos,
um grande abraço a todos!
Obs. Esses autores vocês tem no livro.
Qualquer dúvida estamos aqui.
Filosofia
Contemporânea
FILOSOFIA
A Filosofia Contemporânea
inicia-se no século XIX e perdura até os dias atuais, tendo como marca
principal a crítica ao cientificismo moderno e às estruturas racionais.
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A Filosofia Contemporânea, cronologicamente,
situa-se entre algum período impreciso do século XIX até os dias atuais. Alguns
estudiosos preferem classificar os pressupostos teóricos e pensamentos filosóficos produzidos
no século XIX como parte da Filosofia Moderna.
Porém,
permitindo-se fazer uma análise mais conceitual e amplamente historiográfica do
que estritamente positivista e cronológica, podemos conceber que as produções
filosóficas do século XIX aproximam-se muito mais daquilo que
foi produzido nos séculos posteriores do que nos períodos anteriores.
Ademais,
o pensamento reinante no século XX, as escolas filosóficas, as interpretações,
a pós-modernidade, enfim, tudo o que há de diferente na
Filosofia Ocidental nos dias de hoje, que se destaca da Filosofia Moderna,
nasceu em obras de filósofos do século XIX, como Auguste Comte, Friedrich Nietzsche, Søren
Kierkegaard, Arthur Schopenhauer e Karl Marx.
Saiba
mais: Crítica feita por Nietzsche à moral cristã
Não
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Contexto
histórico da Filosofia Contemporânea
Durante
o Iluminismo, no fim da modernidade, havia uma
crença comum de que o avanço das ciências, das técnicas e do conhecimento aliados
à popularização desse conhecimento por meio da educação, trariam o avanço moral da
sociedade. O positivismo de Auguste Comte permanece, de
certo modo, numa linha iluminista, mas acrescenta a necessidade de um
conhecimento estritamente científico e de uma rigorosa ordem social para o
avanço social.
Como método
historiográfico, o positivismo afirma a necessidade de atenção aos fatos
estritos da história como fonte única de conhecimento. Já o materialismo histórico dialético, de Karl
Marx, afirma a necessidade de se entender a história humana como história de
sua produção material.
Discordando
de algumas ideias iluministas que se fundem para iniciar o pensamento liberal e
concordando com outras, como o ideal da igualdade entre os homens amplamente
difundido durante a Revolução Francesa, Marx fundamenta o socialismo científico com
base em um pensamento político prático e revolucionário. Dessa feita, o idealismo alemão, corrente
filosófica da modernidade representada por pensadores como Kant e Hegel, é duramente criticado por
Marx.
Talvez,
contando os fatos históricos, os que mais influenciaram o início do pensamento
contemporâneo sejam as revoluções Francesa, Americana e a Revolução Industrial. Em termos práticos, as revoluções
políticas trouxeram um novo modo de governar, afastando o autoritarismo do
Antigo Regime, enquanto a Revolução Industrial representou um imenso avanço
técnico e científico para a Europa.
O
filósofo alemão Arthur Schopenhauer, opondo-se à
visão idealista e aos sistemas totalizantes da razão moderna, que pretendiam
enquadrar o ser humano em um molde inteiramente racional, lança o
conceito de Vontade como uma força motriz da natureza que tudo
causa, ao acaso, independentemente de qualquer vontade humana e de qualquer
existência divina.
Kierkegaard lança a ideia de que a Filosofia deve prestar
atenção à vida individual humana, para que o próprio ser humano
entenda e se conforme com a sua condição, muitas vezes permeada pela angústia.
De
todos os pensadores que marcaram o início da contemporaneidade, talvez esteja
em Friedrich Nietzsche a maior ruptura com a
filosofia tradicional e uma grande enunciação do que viria no século XX.
Um crítico mordaz do que se tornou a filosofia
produzida entre Sócrates e Kant (com exceção de Spinoza), ou seja, quase toda a
Filosofia ocidental.
Nietzsche
criticou a pretensão do ser humano de se chegar a uma verdade objetiva e
puramente racional, fundamentando o conhecimento no que ele chamou de perspectivismo. Além
da crítica à teoria do conhecimento e a fundação de um novo método filosófico
para entender o mundo, Nietzsche elabora uma crítica aos sistemas
morais que pretendem estabelecer uma valoração unilateral e desprezam
a origem histórica e cultural dos valores morais.
Já
em uma marca cosmológica, Nietzsche trabalha com o conceito de Vontade
de Poder, que seria uma espécie de força que tudo conduz mediante o acaso
promovido pelo embate de forças naturais opostas. Seria a Vontade de Poder o
que moveria a natureza e as pulsões humanas, a vida animal, as determinações
cósmicas etc.
O
intenso século XIX também acompanhou o nascimento de novas ciências,
como a Sociologia, a Antropologia e a Psicologia. Em meio ao avanço técnico e
às novas maneiras de explicar a realidade, o pensamento ocidental foi se
estabelecendo como um mote para o desenvolvimento futuro, apesar de filósofos
como Nietzsche duvidarem do suposto progresso alavancado pela modernidade, que
atingiria seu ápice no século XIX.
O
século XX inicia com a suspeita de que as teorias iluministas e modernas talvez
não fossem tão certas. A Primeira Guerra Mundial foi um desses
fatores e o Holocausto foi o ápice do pessimismo contemporâneo
em relação à ciência e à técnica. Theodor Adorno e Max Horkheimer, no
livro Dialética do Esclarecimento, classificam o Holocausto como o máximo da barbárie que a
humanidade chegou devido ao que eles chamaram de “razão instrumental”.
A
razão instrumental é a utilização não reflexiva da ciência e das
técnicas visando a uma finalidade. O capitalismo já vinha se
utilizando da racionalidade como instrumento de poder e o nazismo, por meio da câmara de gás e dos
experimentos científico cruéis que utilizavam prisioneiros de campos de
concentração como cobaias, marcaram a contemporaneidade como uma época em que o avanço
científico não garantiu o avanço moral humano.
Essa crítica de Adorno e Horkheimer
recai, sobretudo, sobre o ideal iluminista que acreditava que o avanço e a
popularização do conhecimento garantiriam o avanço social.
Leia
também: O conceito mais famoso de Adorno e Horkheimer
O
que caracteriza a Filosofia Contemporânea
Podemos
dizer que a principal marca da Filosofia Contemporânea é a crítica aos
modelos filosóficos desenvolvidos até a modernidade. Nietzsche, ao criticar
o padrão de racionalidade que, segundo ele, deixava de lado a potência animal e
natural do ser humano e ao apontar que a moral que nós tínhamos como natural
era fruto de uma inversão dos valores antigos, coloca em xeque toda a história
da Filosofia.
Ludwig Wittgenstein, filósofo
filiado ao Círculo de Viena, investigava as condições da linguagem por
meio da lógica e da Filosofia analítica. Para ele, em sua juventude, os
problemas filosóficos eram problemas de linguagem mal resolvida, o que também
anula a produção filosófica feita até então.
Para
Jean-Paul Sartre, filósofo existencialista,
a liberdade humana era incondicional, de modo que o ser humano estaria,
paradoxalmente, condenado a ter essa liberdade. Para Sartre e para
os existencialistas em geral, não havia uma essência que definiria o ser humano
(ao contrário do pensamento antigo e moderno que afirmava a racionalidade como
essencial ao animal humano).
Assim,
para esse existencialista o que tornava o homem um ser angustiado e
desamparado, já que ele seria totalmente responsável por si mediante suas
ações. Segundo Sartre, o ser humano teria criado a ideia de Deus para
se livrar do peso da existência.
Os
filósofos da Escola de Frankfurt, como Adorno e
Horkheimer, dedicaram-se a uma filosofia com forte tom político, que
atualizaria o marxismo para o século XX e reveria antigas concepções sobre o
conhecimento, a ciência e a técnica. Hannah Arendt também
parte para a questão política. A filósofa judia alemã (como Adorno e
Horkheimer) vivencia o horror da perseguição nazista, o que motiva a sua
atuação filosófica com o intuito de teorizar o fenômeno do totalitarismo.
Filósofos
mais recentes que iniciaram suas produções na segunda metade do século XX, como
Michel Foucault, Gilles Deleuze e
Jacques Derrida, fundam um pensamento que ficou conhecido
como pós-estruturalista (chamado por alguns, em tom de
crítica, de pensamento pós-moderno). O pós-estruturalismo visava a quebrar
a estrutura formal de pensamento baseada na razão e no método
rigoroso, estabelecendo que a Filosofia deve atuar por meio do pensamento livre
para chegar às suas conclusões.
Acesse
também: Existencialismo de Sartre: entenda a teoria
O
que é a razão na Filosofia Contemporânea
A
Filosofia Contemporânea, em geral, tentou estabelecer um novo padrão de
racionalidade. Pensando que a razão não era aquela marca tradicional do ser
humano e que o impulso positivista poderia estabelecer uma relação instrumental
do ser humano com a racionalidade, a razão passa a ser evocada como instrumento
de emancipação intelectual por meio da reflexão sobre a própria razão.
Os
modernos encaravam a racionalidade como um instrumento que permitiria ao ser
humano dominar a própria natureza. Se o Holocausto foi a marca da
instrumentalização da razão como meio de domínio político, hoje, também vemos
que o domínio da natureza traz consequências catastróficas para a humanidade,
devido à degradação ambiental.
A Filosofia
Moral e a ética contemporâneas também passaram por um processo
de revisitação e reestruturação de seus
sistemas teóricos morais por perceberem que a razão não é garantia das ações
moralmente corretas. Aliás, o que se entendia como ação moralmente correta até
o século XIX passa a ser questionado, por filósofos como Marx e Nietzsche, que
enxergam a necessidade de mudanças sociais com a finalidade de, segundo os seus
julgamentos, estabelecer um novo tipo de sociedade, para Marx, e um novo tipo
humano mais forte, segundo Nietzsche.
Principais
filósofos
·
Friedrich Nietzsche: o pensador alemão é um
dos mais característicos da contemporaneidade, por ter influenciado muitos
filósofos e correntes filosóficas importantes do século XX, como o
existencialismo e o pós-estruturalismo.
·
Martin Heidegger: o filósofo alemão
estruturou uma crítica à técnica e estabeleceu novo modo de se chegar a um
conhecimento mediante uma nova estrutura filosófica.
·
Theodor Adorno: também alemão, o pensador
contemporâneo questiona elementos políticos fundamentais da sociedade do século
XX e elabora uma crítica ao iluminismo.
·
Jean-Paul Sartre: um dos principais
teóricos do existencialismo, questionou o modo como o ser humano encarava a
existência.
·
Simone de Beauvoir: filósofa
existencialista e feminista, elabora as primeiras teorias feministas do século
XX, baseada no que ela chamou de condição feminina.
·
Hannah Arendt: judia alemã perseguida
pelo nazismo, falou sobre a condição humana em meio aos conflitos globais e
estudou profundamente o totalitarismo.
· Michel Foucault: estudou os novos parâmetros da convivência humana e da sociedade por meio da visão biopolítica, que são políticas públicas que tratam da gestão e do controle tanto da vida quanto da morte.
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