Olá meus queridos alunos! Espero que tudo esteja bem com vocês.
A atividade dessa semana, baseia-se num texto de Bauman, filosofo contenporãneo sobre
modernidade líquida.
no final, vocês vão fazer uma resenha sobre o que vocês entenderam.
bons estudos,
um grande abraço a todos!!
Modernidade líquida.
O conceito de modernidade líquida foi desenvolvido pelo
sociólogo polonês Zygmunt Bauman e diz respeito
a uma nova época em que as relações sociais, econômicas
e de produção são frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos. O
conceito opõe-se, na obra de Bauman, ao conceito de modernidade sólida, quando
as relações eram solidamente estabelecidas, tendendo a serem mais fortes e
duradouras.
Leia também: Mito da caverna – diálogo platônico que sobrepõe o conhecimento
racional ao vulgar
O que é modernidade
líquida?
Bauman definiu como modernidade líquida um período que se iniciou após
a Segunda Guerra Mundial e ficou mais
perceptível a partir da década de 1960. Esse sociólogo chamou de modernidade
sólida o período anterior.
A modernidade sólida era caracterizada pela rigidez e solidificação das relações humanas, das
relações sociais, da ciência e do pensamento. A busca pela verdade era um
compromisso sério para os pensadores da modernidade sólida. As relações sociais
e familiares eram rígidas e duradouras, e o que se queria era um cuidado com a
tradição. Apesar dos aspectos negativos reconhecidos por Bauman da modernidade
sólida, o aspecto positivo era a confiança na rigidez das instituições e na
solidificação das relações humanas.
O contato pessoal e os
relacionamentos foram banalizados, sendo intermediados por aparelhos
eletrônicos e pela internet na modernidade líquida.
A modernidade líquida é
totalmente oposta à modernidade sólida e ficou
evidente na década de 1960, mas a sua semente estava no início do capitalismo
industrial, durante a Revolução Industrial. As relações econômicas
ficaram sobrepostas às relações sociais e humanas, e isso abriu espaço para que
cada vez mais houvesse uma fragilidade de laço entre
pessoas e de pessoas com instituições.
A lógica do consumo entrou
no lugar da lógica da moral, assim, as pessoas passaram a ser fortemente
analisadas não pelo que elas são, mas pelo que elas compram. A ideia de compra
também adentrou nas relações sociais, e as pessoas passaram a comprar afeto e
atenção.
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Nesse contexto, as instituições ficaram estremecidas. O
emprego tornou-se um empreendimento completamente individual no momento em que
o indivíduo tornou-se um “empreendedor” de si mesmo. Se alguém não obtém
sucesso nessa lógica da modernidade líquida, a responsabilidade é completamente
individual.
Assim sendo, a modernidade líquida
tem instituições líquidas, pois cada pessoa é uma instituição.
A exploração capitalista deixou de ser vista como exploração e passou a ser
vista como uma relação natural em que o sujeito, empreendedor de si mesmo,
vende a sua força de trabalho ao sujeito empreendedor que possui o capital.
A modernidade líquida é ágil,
pois ela acompanha a moda e o pensamento de época. A ciência, a técnica, a
educação, a saúde, as relações humanas e tudo mais que foi criado pelo ser
humano para compor a sociedade são submetidos à lógica
capitalista de consumo.
Veja também: Instituições sociais – corpos sociais que visam à integração dos
membros da sociedade
Modernidade líquida
e relações humanas
As relações humanas ficaram
extremamente abaladas com o surgimento da modernidade líquida. Bauman usa o
termo “conexão” para nomear as relações na modernidade líquida
no lugar de relacionamento, pois o que se passa a desejar a partir de então é
algo que possa ser acumulado em maior número, mas com superficialidade suficiente para se desligar a
qualquer momento. A amizade e os relacionamentos amorosos são substituídos por
conexões, que, a qualquer momento, podem ser desfeitas.
As redes sociais
mudaram completamente as relações humanas.
As redes sociais e a internet
serviram de instrumento para a intensificação do que Bauman chamou de amor líquido: a relação
pseudoamorosa da modernidade líquida. Não se procura, como na modernidade
sólida, uma companhia afetiva e amorosa como era na modernidade sólida, mas se
procura uma conexão (que pode ser sexual ou não, sendo que a não sexual
substitui o que era a amizade) que resulte em prazer para o indivíduo. O
imperativo da modernidade líquida é a busca por prazer a qualquer
custo, mesmo que utilizando pessoas como objetos. Aliás, na
modernidade líquida, o sujeito torna-se objeto.
As conexões estabelecidas entre
pessoas são laços banais e eventuais. As pessoas buscam um número grande de
conexões, pois isso se tornou motivo de ostentação. Mais
parceiros e parceiras sexuais, mais “amigos” (que, na verdade, não passam, na
maioria dos casos, de colegas ou conhecidos), pois quanto mais conexões, mais
célebre a pessoa é considerada. Basta fazer uma breve análise das relações
sociais em redes sociais como o Facebook: quanto mais “amigos” (que, na
verdade, são apenas contatos virtuais) a pessoa tem, mais requisitada ela se
torna.
O sexo também se
reduziu a mero objeto de prazer. É verdade que, enquanto impulso fisiológico do
corpo, o lado animal do ser humano busca o sexo pelo prazer, e não pela
reprodução em si. O prazer é uma isca da natureza para atrair o animal para a
relação sexual, pois, assim, a natureza consegue que os animais se reproduzam e
as espécies sejam mantidas.
O sexo, para as sociedades humanas e
na modernidade sólida, deixou de ser somente instrumento de prazer e foi
considerado mais que somente meio de reprodução. O sexo passou a ser visto como
compartilhamento de emoções, de amor, símbolo de confiança entre duas pessoas.
Na modernidade líquida, o sexo é mero instrumento
de prazer e não deve ser medido qualitativamente, mas
quantitativamente: quanto mais frequente e com o maior número de pessoas
possíveis, melhor. Quanto menor o vínculo entre parceiros sexuais, melhor.
Modernidade líquida
e consumismo
O consumo tornou-se
um imperativo na modernidade líquida. Criou-se todo um aparato para que o
capitalismo consiga progredir desenfreadamente por meio do consumo irracional. Para
além do que o filósofo e sociólogo alemão Karl Marx observou em sua época,
um fetiche pelo consumo, criou-se um fetiche pelas
marcas, deixando de importar o produto em si, mas a sua fabricante e o seu
preço.
Consumo sempre foi sinônimo de status, mas, na modernidade líquida, o consumo e o
status são expressivamente dotados de uma carga simbólica muito mais intensa do
que era na modernidade sólida. O sujeito é objetificado pelo capitalismo,
tornando-se apenas o que ele consome, e não mais o que ele é. Na lógica da
modernidade líquida, o sujeito é aquilo que ele
consome.
Na modernidade líquida, ter é mais
importante do que ser. A banalização da amizade e do namoro são reflexos desse
modo de vida que prioriza o consumo e objetifica as pessoas.
O modo pelo qual o capitalismo
consegue efetuar essa mudança de perspectiva é pela promessa de felicidade: os sujeitos estão cada vez mais
ansiosos, tristes e sobrecarregados. Associa-se então o prazer momentâneo
oferecido pelo consumo à felicidade. Como esse prazer é rapidamente passageiro,
o sujeito sente a necessidade de buscá-lo constantemente, na tentativa de
alcançar a felicidade.
Leia também: Cultura de massa – uma vitrine que incentiva o consumismo
Zygmunt Bauman e a
modernidade líquida
Bauman nasceu na Polônia, em 1925, em uma família judia. Em 1939, a sua família fugiu da
Polônia para a União Soviética por causa da invasão e
anexação do território polonês pelos nazistas. Durante todo o período da Segunda Guerra Mundial, Bauman viveu na Polônia
e chegou a trabalhar para o serviço secreto polonês, controlado
pelo exército soviético.
Continuou como membro do exército
polonês até 1954, quando foi demitido em razão de uma aproximação de seu pai com
a embaixada israelense com vistas a conseguir um visto para Israel. Como havia
uma restrição dos comunistas com o sionismo judeu, o exército polonês demitiu Bauman. O governo polonês era
de orientação socialista soviética após o fim da guerra.
Em 1954, Bauman resolveu cursar seu
mestrado em Sociologia, dando continuidade à sua graduação. No mesmo ano, tornou-se professor assistente na Universidade de Varsóvia.
Nessa instituição, o sociólogo iniciou uma carreira que seria, mais tarde,
promissora no campo da produção intelectual contemporânea.
Em 1968, pressões políticas
conduzidas por um ato chamado de “expurgo” levaram à saída de vários judeus
comunistas da Polônia. Nessa época, Bauman foi demitido da
Universidade de Varsóvia e foi exilado da Polônia. Durante um
tempo, o sociólogo viveu em Israel e lecionou na Universidade de Tel Aviv.
Em 1971, a sua carreira acadêmica cresceu exponencialmente, pois Bauman
recebeu um convite para lecionar na Universidade de Leeds, na Inglaterra. Sua
pesquisa social e política começou a produzir grandes frutos, que resultaram em
livros que passaram a ser difundidos no mundo todo.
Foi nesse período também que
Bauman começou a analisar os efeitos da globalização e da
modificação das relações sociais e políticas após o fim da Segunda Guerra
Mundial. Estava aqui plantado o gérmen do que viria a ser o conceito de
modernidade líquida, que surgiria com força e distinção na obra de Bauman em
1990.
Zygmunt Bauman, o sociólogo polonês
que desenvolveu o conceito de modernidade líquida.[1]
Bauman era um estudioso da
chamada pós-modernidade. A Filosofia e a Sociologia contemporâneas
convencionaram chamar o período contemporâneo, que se iniciou na década de
1960, de pós-modernidade ou pós-modernismo.
Um grupo de pensadores e filósofos
intelectualmente filiados a uma corrente intelectual chamada de pós-estruturalismo enxergavam o pensamento de uma
maneira diferente das tradicionais filosofias de tradição moderna. Entre esses
pensadores, estavam os filósofos franceses Michel Foucault, Gilles Deleuze, Guy
Debord e Jean-François Lyiotard. O grande público e os círculos intelectuais
europeus tradicionais começaram a ver o trabalho de Bauman como uma obra
“pós-moderna”, sendo que o que Bauman fazia era apresentar uma perspectiva
crítica à pós-modernidade.
Em primeiro lugar, Bauman percebeu
que a nova época vivida não era uma cisão com a modernidade, portanto não era
algo que vinha após a modernidade, mas uma continuação da modernidade traçada
de maneira diferente. Por isso, o sociólogo deu a esse tempo o título de
modernidade líquida. Em segundo lugar, o termo surgiu para que Bauman não fosse
associado a algo que ele queria criticar, ou seja, para que ele não fosse mais
chamado de pós-moderno, mas fosse reconhecido como um crítico da pós-modernidade.
Crédito da imagem
Publicado
por: Francisco Porfírio
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